GNR detido em flagrante ao sétimo assalto a banco
ANA MAFALDA INÁCIO e KÁTIA CATULO
ALEX GOZBLAU (imagem)Um
militar da GNR tentou assaltar ontem de manhã uma agência do BPI,
situada em Sassoeiros, na freguesia de Carcavelos, mas foi detido já na
rua por agentes da PSP da esquadra da Parede, em Cascais. A tentativa
falhada ocorreu por volta das 09.00. O militar dirigiu-se ao balcão,
abordou o funcionário e entregou-lhe uma folha em branco onde
referiria. "Isto é um assalto passe para cá o dinheiro." O funcionário
não cedeu à ameaça e accionou o alarme. Na PJ, há vários mandados de
detenção para executar.
Segundo apurou o DN, o militar, de 30 anos, já se encontrava fora da
sucursal - de onde não conseguiu retirar qualquer quantia -, quando foi
abordado e detido por agentes de um carro-patrulha da esquadra da
Parede. "Só após ter sido levado para a esquadra é que foi possível a
sua identificação", referiu fonte policial. Mas o militar era afinal
suspeito de outros sete crimes do mesmo tipo.
No entanto, não era a primeira vez que se dirigia àquela dependência
para a assaltar. Aliás, o caso de ontem resultou na terceira tentativa
falhada, tendo o suspeito sido reconhecido facilmente pelos agentes
quando já se encontrava na rua. O excesso de dívidas terá sido o motivo
apresentado pelo GNR para cometer este tipo de crime. A realização de
outros assaltos terá sido confessado ontem pelo próprio à polícia. Por
enquanto, desconhece-se ainda qual o valor total que os assaltos terão
rendido.
O militar, que desempenhava funções administrativas na secção de
informática da Brigada de Trânsito, nas Janelas Verdes (Lisboa), desde
o início deste ano, foi ontem presente a um juiz de instrução criminal
do Tribunal de Cascais, tendo-lhe sido aplicada a medida de coacção
mais leve - termo de identidade e residência.
O caso já está a ser investigado pela Direcção Central de Combate ao
Banditismo (DCCB) da Polícia Judiciária, e, ao que apurámos, havia já
vários mandados de detenção pela prática de outros seis crimes do mesmo
tipo, na zona da Linha do Estoril, também em sucursais do BPI e da
Caixa Geral de Depósitos. "Foram participadas outras situações de
roubos idênticos na vila de Cascais e nas freguesias de Carcavelos e da
Parede", esclareceu fonte ligada ao processo.
Os mandados, mais tarde ou mais cedo, serão executados pela Judiciária,
pelo que o militar poderá ser detido ainda hoje ou nos próximos dias
para regressar ao Tribunal de Cascais para interrogatório sobre os
outros crimes.
A GNR, por seu turno, preferiu não comentar a situação, embora fonte da
instituição tenha confirmado a detenção, bem como a investigação que
está a decorrer na PJ, "uma vez que se trata de um crime da sua
competência". A mesma sublinhou ainda o facto de "a Guarda desconhecer
esta prática ou de suspeitar de qualquer comportamento menos próprio do
indivíduo. Senão já se teria tomado uma atitude".
Fonte policial explicou que o indivíduo actuava de forma simples e sem
grandes disfarces, apenas óculos escuros ou chapéu. Nalgumas situações,
não camuflou sequer a sua identidade, o que permitiu o reconhecimento
fácil através da captação de imagens dos sistemas de video-vigilância
das instituições bancárias. Nos assaltos, o militar nunca usou
violência, optando sempre por anunciar o crime através de um pedaço de
papel. Houve situações em que poderá ter usado "uma arma de alarme, mas
nunca a usou e sempre que os funcionários se recusavam a dar o dinheiro
saía das agências sem violência", explicaram-nos.
Foi o que aconteceu na manhã de ontem em Sassoeiros. O militar abordou
o funcionário que se encontrava ao balcão do BPI e entregou-lhe a folha
branca a dizer que era um assalto. O funcionário accionou o alarme.
Pouco depois, um carro patrulha da PSP interceptava o indivíduo na rua.
O DN contactou a administração do BPI para obter esclarecimentos, mas até à hora do fecho desta edição não recebeu resposta. |
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Sex Nov 30, 2007 5:11 am
