| | O legado Árabe em Portugal | |
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Autor | Mensagem |
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Convidad Convidado
| Assunto: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 5:35 pm | |
| Se houve povo que deixou a sua "marca" em território "tuga" foram os árabes. Bora lá descobrir o quê Lista de palavras portuguesas de origem árabeA Açafate (assafat, cesta) Açafrão (azzafaran, amarelo) Acéquia (assekyah, ribeiro de rega) Achaque (ashshaka, enfermidade) Acicate (ashshukat, espinho) Açoite (assaut) Açorda (athurda, sopa de pão) Açoteia (assutaiha) Açougue (assok) Açude (assudd) Açúcar (assukar deriva do Sanscrito çarkara, grãos de areia) Adarga (addarka, escudo) Aduana (addwana) Allah (al + ilâh, divindade) Alabão (allabban, que dá muito leite) Alambique Alarife (alarif, sábio, mestre de obras) Alarve (al+ A'árab, os árabes beduínos) Alazão: al-Hiçân: Cavalo Albarda (albarda'a) Albardar (albarda'a) Albarraque Albornoz (Al'burnus, capa usada pelos Berberes) Alcáçova (alkasaba, a zona administrativa de um castelo) Alcachofra (Alkharshof, fruto do cardo manso) Alcaide (alkaid, chefe) Alcaidaria (alkaid, chefe) Alcaiote (alkawwad) Alcalóide (palavra composta: Árab. alcali + Grego eîdos, forma) Alcaravia (alkarawiya) Alcaraviz (alkarabís) Alcateia (alkataia, rebanho) Alcatifa (alkatifa) Alcatruz (alkadus palavra composta: Árab. al + Grego kádos, jarro para água ou vinho) Alcavala (alkabala, tributo) Alcofa (alkuffa, cesto) Álcool (alkohul, coisa subtil) Alcorão (Alkuran, a leitura) Alcova (al-qabu, quarto lateral) Alecrim (aliklil) Aletria (Axxa'riyaalitríya) Alface: al-khaç Alfafa: al-Hâfa Alfaia Alfaiate: al-khayyât Alfândega: alfunduq Alfanje: al-Hanx: serpente Alfaraz: al-faras cavalo ou égua Alfarela Alfarrábio Alfarrabista: do nome do filósofo muçulmano al-Fârâbî que possuia e leia muitos livros. Alfarrobaal-Kharrub. fruto e árvore Alfarrobeira Alfavaca: al-habâqa vaso onde se semeia a planta de al-habaq i.é. erva cedreira ? Alfazema:al-khuzâma Alfeire Alferes (alfaris, cavaleiro) Alfobre (alhufra, rego?) Alforge (alhurj, sacola) Alforria (palavra composta:Árab.al + Francês feurre, livre) seria simplesmente a palavra árabe al-hurriya (a liberdade da qual temos forro hurr libre) Algarismo (alkawarizmi, nome do matemático árabe Abu Ibn Muça) Álgebra Algema (aljami'a, pulseira) Algeroz (azzurub ???, canal)al-kharruj, aquele que faz sair Algibeira (al-jabîra, bolso) Algodão (alkutun) Algodoeiro Algoritmo Alguidar (alqidr, escudela de barro) Alicate (allikkát, tenaz) Aljama (aljamaa, reunião) Aljava (aljaba) Almadrava (almadraba) Almanaque (almanakh) Almedina (almedina, a cidade) Almóadaos almohadas dinastia maghrebina que governou ente 1145 e 1260 o Maghreb e o al-Andalus Almocreve (almukari,alugar bestas) Almofada (almukhadda de khadd, face) Almofate (almikhyat, agulha, sovela) Almofre Almogávar (almugauar, guerreiro) Almôndega (albundeca, avelã?) tipo de papa preparada a base de cereais que se comia misturada com gordura (azeite ou manteiga) Almorávida (almurabit) Almotacé (almuhtasib, mestre de aferição) Almotolia (almutli) Almoxarifado Almoxarife Almude: unidade de peso Alqueireal-keil: unidade de peso para cereais Alqueive Alvanel Alvará: al-barã'a : carta de autorização Alvazil: al-wazîr: ministro Alveitar: ´vetenerário ou Alvitana Alvíssaras Alvorge Armazém : al-Makhzan Arrátel: ritl unidade de peso Arroba unidade de peso Arrozarruzz Arsenal tarsãna Atafal Atafona: moinho Atalaia: attalî'a: torre de vigia localizada, fora das localidades, num sítio alto. Azar: azzahr (sorte) Azeite Azeitona Azemel:quem aluga os animais de carga Azémola: animal de carga Azimute: assimt (o horizonte) Azenha: Azinhaga Azulejo B Baraço Bolota C Café Cáfila Califa Califado Ceifa Ceroulas Chafariz Cherne Chifra Cifra D Damasco E Elixir Emir Emirato (Emirado) Escabeche ('Sikbaj') F Falua (faluka) Fatímida G Garrafa (garrafâ, frasco bojudo) H Harém Haxixe I Imã (imam, guia) Islão (Islã, Islame) J Javali (jabali) L Laranja (naranj deriva do Persa naräng) Laranjeira (naranj deriva do Persa naräng) Lezíria (al-jaza'ir, ilhas) Limão (laimun deriva do Persa limun) Limoeiro (laimun deriva do Persa limun) M Madraçal (madraça, escola) Marabuto: Murâbit santo que se dedica ao ribât i.é à guerra santa ou à vida religiosa dentro de um ribât (local de meditação religiosa ou de fronteira para proteger as terras do Islão) Masmorra (matmura, celeiro subterrâneo) Matraca (mitraka) Mesquita (masdjid) Moçárabe (must'rib, arabizado) Mudéjar (mudajjan, o que fica morando) Muezim Muazzin responsável pelos chamamentos às orações canônicas. Maomé (original: Muhammad. Também Maomet. Outrora: Maomede, Mafoma, Mafamede) Muladi: muallad: cristão da Península ibérica convertido ao Islão (malado) N Nadir (natir, oposto) Nora (na'ûra) O Omíada Oxalá (in sha allah ou inshallah, se Deus quiser) R Ramadão Rês Resma S Sáfaro (sahra', deserto) Safra (safaria, estação da colheita) Salamaleque (as-salam-alaik, a paz seja contigo) Saloio (çahroi, do campo) Sultanato (sultan, domínio, dominador) Sultão (sultan, domínio, dominador) Sura T Tambor (tanbur deriva do Persa dänbära, cítara) X Xadrez (xatranj deriva do Sânscrito xaturanga, que consta de quatro membros) Xarope (sharab, bebida, poção) Xaveco (xabbak, pequeno navio de três mastros e velas latinas) Xeque Xeque-mate Z Zarabatana (zarba tãnâ) Zénite (samt, direcção da cabeça, caminho) Bibliografia Cunha, Antônio Geraldo da, Dicionário Etimológico, 2.ª edição, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986 Wikipedia |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 5:41 pm | |
| E esqueceram ALMADA, que foi onde nasci!!! |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 5:46 pm | |
| E ESQUECERAM ALMADA, onde nasci!!! |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 5:58 pm | |
| Nada está esquecido, debite a informação que tem sobre as origens árabes de Almada |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 6:04 pm | |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 6:24 pm | |
| - AMERICANO escreveu:
- ricardonunes escreveu:
- Nada está esquecido, debite a informação que tem sobre as origens árabes de Almada
Foi o que sempre ouvi dizer. Que o nome de ALMADA, e arabe!!!Que la viveram mais de 100 anos, ate serem expulsos a porrada!!! Eo pior foi que correram com os ARABES para serem substituidos por COMUNAS!!! Embora tenha "apimentado" um bocado a história, não está nada longe da realidade - Citação :
- Almada Árabe e Cristã - Das origens ao séc. XII
A presença humana em Almada, topónimo de raiz árabe, remonta à pré-história. As recentes intervenções arqueológicas realizadas no Concelho revelaram que esta região foi habitada ou ocupada, pelo menos, desde o final do Neolítico, há cerca de 5.000 anos. A estruturação inicial do primitivo núcleo urbano decorreu, provavelmente durante o período da civilização islâmica quando os muçulmanos escolheram também este sítio para construir uma fortaleza destinada à defesa e vigilância da entrada do Tejo, frente a Lisboa. Por esta margem passaram os mais diversos povos que se sedentarizaram, ou trocaram as suas experiências e mercadorias. Fenícios, romanos e muçulmanos são algumas das antigas comunidades que entraram neste promontório de Almada. Almada, uma das principais praças militares árabes a sul do Tejo, foi conquistada pelas forças cristãs de D. Afonso Henriques, com a ajuda de cruzados ingleses em 1147. Ao lado dos cristãos, viviam os mouros livres e judeus, sob a protecção régia, dada pela carta de segurança de 1170, concedida por D. AfonsoHenriques aos mouros de Lisboa, Almada, Palmela e Alcácer. Corria o ano de 1190, quando D.Sancho I outorgou a Almada o primeiro foral extensivo a cristãos, homens livres que viviam na vila e seu termo. A Ordem de Santiago, donatária de Almada, desde 28 de Outubro de 1186, continuava a ter um papel preponderante em todo o território, em especial no que ficava compreendido entre o rio Tejo e o Sado, quer a nível militar, facilitando o repovoamento de algumas áreas, quer a nível económico, recebendo benefícios de variadas actividades económicas locais. CM Almada Da Wikipedia - Citação :
- A designação de Almada é proveniente das palavras árabes Al-Madan, a Mina, pelo motivo de que, aquando do domínio árabe da Península Ibérica, os árabes procediam à exploração do jazigo de ouro da Adiça, no termo do Concelho. A zona de Almada foi igualmente escolhida pelos árabes para a construção de uma fortaleza no promontório natural, sendo esta destinada à defesa e vigilância da entrada no Rio Tejo, em frente de Lisboa, desenvolvendo-se a povoação nos domínios da defesa militar, da agricultura e da pesca.
Almada, uma das principais praças militares árabes a sul do Tejo, foi conquistada pelas forças cristãs de D. Afonso Henriques em 1147, ficando posteriormente na posse dos Cavaleiros de Santiago, por carta assinada por D. Sancho I, em 26 de Outubro de 1186. Em 1190, D. Sancho I outorgou o primeiro foral aos moradores de Almada. No entanto, em 1191 ocorre uma nova invasão árabe sob o comando de Yusuf al-Mansur, com origem em Sevilha. Esta invasão adquire lentamente uma expressão significativa, alcançando e tomando Alcácer do Sal, marchando sobre Palmela e Almada, sendo esta abandonada pelos cavaleiros da Ordem Militar de Almada. A povoação ficou grandemente destruída pela acção das forças árabes.
O povoamento de Almada é realizado de forma lenta mas contínua, reconstituindo-se parcialmente o modo de vida praticado anteriormente. No início do século XIII, a sociedade vive um período de organização e estabilização segundo os direitos e deveres consignados no código foraleiro, complementados pelos antigos usos e costumes do direito consuetudinário.
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Qui Set 20, 2007 6:31 pm | |
| Muito obrigado!! So falta acrescentar que depois ALMADA foi invadida pelos COMUNISTAS!!! |
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| | | | B
Mensagens : 197 Data de inscrição : 12/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:39 am | |
| bom tópico Ricardo. Estima-se que na nossa língua haja cerca de 300 a 600 palavras de origem Árabe. Não foi um legado muito grande que nos deixaram mas efectivamente existe a sua influência na nossa História. | |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 9:24 am | |
| - B escreveu:
- bom tópico Ricardo.
Estima-se que na nossa língua haja cerca de 300 a 600 palavras de origem Árabe. Não foi um legado muito grande que nos deixaram mas efectivamente existe a sua influência na nossa História. “Apaguem por um momento dos campos de Portugal as sombras do pessegueiro, do limoeiro, da laranjeira, da nespereira, da ameixeira, da alfarrobeira; recue-se para sul a oliveira, suprimindo a comercialização do azeita e da azeitona; rareiem-se as amendoeiras e as folhas largas da figueira com o seu almeixar; suprimam-se as noras, os alambiques, as alquitarras; intensifique-se a vinha no Alentejo e no Algarve; retirem-se da periferia das cidades a mancha verde das hortas, dos meloais, das forragens; castrem-se os cavalos de Alter; afoguem as azenhas ou calem o canto dos moinhos de vento; abatam o camartelo as muralhas do centro e do sul cujo o risco, para das reparações e dos acrescentos posteriores, foi obra dos seus alarifes ou arquitectos; desmontem as almenas, as abóbadas do chamado gótico alentejano, as fontes abobadadas; piquem as taipas, os estuques; destruam as casas de adobe caiadas de branco por dentro e por fora; enterrem os azulejos; queimem as esteiras, as alcofas, os capachos, os tapetes; rachem os alguidares; tentem destruir os couros, os arreios, os cobres, as grades geométricas.
Que nos fica?”António Borges Coelho |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 9:45 am | |
| Engenhos de Água ou NorasTécnicas engenhosas para regar os campos Engenhos milenares utilizados para elevar a água e conduzi-la ao campo, as noras, as cegonhas e os açudes suportam técnicas primitivas de irrigação que fazem parte da história da agricultura de Alveite Grande. Engenhos de água, espalhados pela aldeia, que hoje se encontram em desuso ou que o progresso obrigou a adaptarem-se a sistemas eléctricos de bombagem. Introduzidas pelos árabes, as noras de tirar água são instrumentos fixos e circulares usados para captar a água de poços e do subsolo para, posteriormente, ela ser utilizada nas culturas de regadio. Compostas por uma roda que faz a cadeia metálica, a que estão presos alcatruzes – baldes que transportam a água - as noras mouriscas conduziam a água às partes mais elevadas dos terrenos cultivados. Inicialmente, eram accionadas por mulas, burros ou machos que se deslocavam de olhos vendados num movimento circular à volta do engenho. As noras existentes em Alveite têm todas um funcionamento idêntico, predominam as noras de alcatruzes, com engenhos montados em poços e os respectivos círculos para o animal caminhar. Outro método usado para irrigar o campo, nomeadamente as pequenas culturas, é o da cegonha, uma técnica executada directamente pelo homem que permitia tirar água com relativa facilidade dos poços e ribeiros, baixando e levantando um balde preso no extremo de uma vara. Heranças árabes que contribuíram para a evolução da cultura de regadio nas terras de Alveite e que, ainda hoje, continuam a fazer parte da riqueza paisagística da região. FonteO engenho da horta do ricardo |
| | | ypsi
Mensagens : 889 Data de inscrição : 15/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 12:23 pm | |
| RicardoNunes, estou a gostar muito. | |
| | | ypsi
Mensagens : 889 Data de inscrição : 15/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 12:25 pm | |
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| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 12:41 pm | |
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| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 12:45 pm | |
| Arquitectura de inspiração islâmica em Portugal Texto de José Manuel Fernandes 27/10/2001 - in Expresso Revista
Embora sejam múltiplos os modos de nos referirmos em português à arquitectura de influência islâmica em Portugal, sendo habitual a imprecisa designação de «arquitectura árabe» (proveniente da Arábia) ou «mourisca» (proveniente do Norte de África, nomeadamente de Marrocos), para além da expressão mais genérica de «islâmica» -- há dois aspectos que podem ser afirmados com alguma certeza:
1. Os vestígios de arquitectura monumental deixada pela presença efectiva da cultura muçulmana em território português são hoje relativamente escassos, se comparados com a importância de legados arquitectónicos do Al-Andaluz em terras de Espanha (como em Córdova ou em Granada) - e isto apesar da presença dominante islâmica ter durado no sul de Portugal praticamente o idêntico tempo meio-milenar em que aqui anteriormente persistira o domínio romano;
2. Apesar dessa escassez, a ideia da influência islâmica retornou e retorna com certa periodicidade ao nosso país: quer como cultura construída miscigenada, de «persistência» (a arquitectura popular e semi-erudita do chamado «gótico alentejano» mudéjar, em mistura de formas e materiais na transição dos séculos XV-XVI, com as suas típicas abobadilhas de tijoleira e os rendilhados cerâmicos); quer ao longo dos séculos XIX e XX, desta feita num quadro de inspiração livre, poética e romântica em Oitocentos e nos anos de 1900 (com os neo-arabismos e os neo-mouriscos); quer ainda por via de uma utilidade efectiva nos fins do século XX (com a presença forte da comunidade islâmica de língua portuguesa oriunda do eixo «índico» de Goa-Diu-Moçambique, reforçada sobretudo depois da descolonização de 1975).
Anotemos pois algumas das mais significativas obras arquitecturais deste «tempo longo» histórico, que desde o século VIII está respeitavelmente presente na edificação do nosso território, fazendo parte integrante da nossa cultura construída.
Comecemos pela fase de dominação política islâmica em Portugal. Na arquitectura militar podem mencionar-se os vestígios da chamada Cerca Moura de Lisboa (embora de génese certamente romana), e sobretudo os dos castelos de Santa Maria da Feira e de Silves (desta última cidade são os mais nítidos vestígios, com torre datada de 1227, e um poço-cisterna do século XII), para além de vestígios menores nos castelos de Montemor-o-Velho, Pombal e Soure, da sumida «Porta da Traição» em Coimbra, e da cerca almóada em Elvas.
É na arquitectura religiosa que encontramos o mais forte e claro exemplo da arquitectura islâmica: na antiga mesquita de Mértola (provavelmente do século XII, actual igreja matriz, reformada pelo gosto manuelino em Quinhentos), encontramos ainda hoje um espaço interior bem marcado pela ideia muçulmana do «espaço-labirinto», multidireccionado, por via dos sistema de colunas que o preenche, próximas umas das outras, mas sem definir um único caminho, qual floresta de apoios estáticos e equidistantes - o chamado «espaço-mesquita». De sentido «vertical» (privilegiando assim, em «eixo Terra-Céu», a relação Indivíduo-Deus) e «introvertido» (escondido por muros sem janelas e protegido por ruelas e becos), o espaço característico da cultura islâmica é, de resto, imanente a grandes áreas urbanas de múltiplas povoações portuguesas, a começar em Alfama e a continuar nas múltiplas mourarias do Alentejo e Beiras.
O designado «luso-mourisco», do tempo mudéjar-manuelino e do espaço Tardo-Gótico Alentejano, soube reavivar e cristianizar esta tradição luminosa, decorativa e festiva, herdada do anterior tempo muçulmano, construindo-a de modo mais público e extrovertido, à maneira ocidental. Este aspecto está bem patente nas pequenas igrejas meridionais, em Évora e Beja, ou nas de Borba, Vimieiro e Viana, entre outras - brancas, feitas de pináculos, coruchéus e ameias rendilhadas. Há igualmente os delicados arcos ultrapassados de inúmeros claustros, e acima de tudo das fachadas dos exemplos sempre soberbos de paços civis, culminado no da Sempre Noiva (Arraiolos) e de Água de Peixes (Alvito). Mesmo o Manuelino «maior» dos Jerónimos e de Setúbal mereceria um olhar mais atento, no que deixa transparecer da herança espacial islâmica - a título de exemplo, refira-se o portentoso «espaço-caixa» da vasta nave de Belém, internamente de sugestão pluridireccional, sem «fachada» axial: é quase um «espaço-mesquita», apenas celebrado secundariamente pelo brilhante portal lateral.
No século XIX será o gosto burguês por um certo exotismo que irá reavivar e revivescer o desenho de tradição islâmica, agora em registo de tom mais formalista, superficial ou decorativo: são os pavilhões neo-árabes e neo-mouriscos da Quinta do Relógio, em Sintra (1850-60), o impressivo salão da Associação Comercial do Porto (1862), a Casa Ribeiro da Cunha (1871-79) e o Palacete Conceição Silva (1888), ambos em Lisboa, a mais famosa Praça de Touros do Campo Pequeno (de 1891), culminando no mais profuso e interessante «Pátio Mourisco» do Club Majestic, depois a nossa actual Casa do Alentejo (1917).
Mais notáveis são, sobretudo, as três ou quatro «Casas Mouriscas» pelo arquitecto Raul Lino (Monsalvat, de 1901, Silva Gomes, de 1902 e Vila Tânger, de 1903, todas no Monte Estoril), pela sua inovadora e imaginosa articulação entre espaço e decoração, e consequente criação de um claro ambiente «íntimo» da vida familiar.
Depois do evidente «interregno moderno», dos anos 1930 a 1960, foi a presença da forte comunidade islâmica em Lisboa, na sequência da descolonização, que deu azo à edificação da primeira mesquita portuguesa moderna, em Lisboa, felizmente desenhada e edificada com qualidade expressiva, dentro de uma releitura vernacular das tipologias islâmicas internacionais e orientalistas, e do seu entendimento com sentido actual (por João Paulo Conceição e António Braga, 1979).
A mesquita de Lisboa, revestida integralmente a tijolo maciço (o que assegura a unidade e força plástica do conjunto), define-se numa volumetria densa e «cúbica», pontuada pelos vãos de reixas de madeira com motivos tradicionais, e é marcada pela expressiva torre de chamada às orações.
Outras obras afirmam ou afirmarão, esperemos que brevemente, a longa presença e complexa integração do mundo islâmico entre nós - seja o recente templo de Aga Khan, em Lisboa, seja a futura mesquita anunciada como a edificar no Porto. |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 12:53 pm | |
| Queria apenas deixar bem claro que não estou a fazer "propaganda", apenas a mostrar que se somos o que somos devemos muito á aculturação Árabe que tivemos e preservámos, embora muitos a reneguem. |
| | | ypsi
Mensagens : 889 Data de inscrição : 15/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:03 pm | |
| - ricardonunes escreveu:
-
Quanto ao "assalto" não vale a pena , este ano ficou em pousio, portanto não á nada para gamar óooooooooo, e eu a pensar que haveria uns bons legumes e umas boas frutas, para além de umas galinhas e de um porco preto, para nós confraternizarmos com tudo isso, metido no tacho. Pronto, paciência. Fica para o próximo ano. Ou o pousio da sua horta é mais do que um ano ? | |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:05 pm | |
| Gracas a Deus, AS MULHERES PORTUGUESAS evoluiram!!!!Nao ficaram paralizadas no tempo e objetos como nas sociedades arabes!! |
| | | ypsi
Mensagens : 889 Data de inscrição : 15/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:05 pm | |
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| | | ypsi
Mensagens : 889 Data de inscrição : 15/09/2007
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:07 pm | |
| - RONALDO ALMEIDA escreveu:
- Gracas a Deus, AS MULHERES PORTUGUESAS evoluiram!!!!Nao ficaram paralizadas no tempo e objetos como nas sociedades arabes!!
Penso que nas sociedade árabes há mulheres muito, mas mesmo muito evoluídas, para além de muito bonitas. | |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:13 pm | |
| - Mami escreveu:
- ricardonunes escreveu:
-
Quanto ao "assalto" não vale a pena , este ano ficou em pousio, portanto não á nada para gamar óooooooooo, e eu a pensar que haveria uns bons legumes e umas boas frutas, para além de umas galinhas e de um porco preto, para nós confraternizarmos com tudo isso, metido no tacho.
Pronto, paciência.
Fica para o próximo ano.
Ou o pousio da sua horta é mais do que um ano ? Espero no Natal comer couves made in horta do ricardo O problema é que dá uma trabalheira, e o tempo é pouco. Pode ser, se tudo correr bem, que abra por aqui um tópico (fotojornalistico) só dedicado á agricultura |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 1:14 pm | |
| Gracas a DEUS, as mulheres, EVOLUIRAM. Nao sao objetos como nas sociedades arabes!! |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 3:49 pm | |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal Sex Set 21, 2007 3:54 pm | |
| Enquanto as estradas sao de terra batida, os DIRIGENTES, vivem em inumeros palacios e teem a massa na SUICA!!! |
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| Assunto: Re: O legado Árabe em Portugal | |
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