- RONALDO ALMEIDA escreveu:
- http://www.geocities.com/CapitolHill/Senate/4801/Autores/Religioes-Laicismo.html
caro RON
o artigo que indicou até é interessante
Ha diversas formulas para olhar a Religião e o desconhecido
- è garantirmos que sabemos tudo e temos salvação para Tudo
A Outra é garantirmos que de lanterna nas maos procuramos um caminho
Quando Hitler começou a queimar livros um filososfo gritou :
- quando estes fdp queimam livros acabam por queimar pessoas
A igreja catolica fez a inquisiçãoi e queimou tudo o que era livro
...e o mundo andou para tras
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Religi�es e Laicismopor
Alfredo Carlos Barroco Esperan�aS� v� maldade no anti-clericalismo quem acredita na bondade do
clericalismo. S�culos de origem divina do poder provam que o
contub�rnio entre a Igreja e o Estado � perigoso.
Outrora fizeram-se deuses a partir de humanos e animais. Hoje, a
partir de humanos e de Deus, criam-se animais. Irracionais e selvagens.
As transnacionais da f�, devoradas pelo proselitismo, acabam por
integrar o terrorismo na luta com que pretendem eliminar a
concorr�ncia. Alimentam-se de �dio, condicionam as consci�ncias dos
crentes e espalham a ciz�nia entre os homens. Todas procuraram a
globaliza��o em sistema de monop�lio.
As religi�es podem ser inofensivas mas o clero que as administra e
promove � frequentemente perigoso. A f�, antes de ser uma amea�a
global, � uma crueldade para os crentes. A concorr�ncia e a liberdade
s�o os seus inimigos.
Todos se esfor�am por demonstrar a bondade da sua cren�a mas ningu�m
admite a maldade do seu Deus e raros renunciam � viol�ncia na
propaga��o da f�.
Um rapaz palestiniano, preso pela pol�cia de Israel em 1991, com as
algibeiras cheias de explosivos, disse por que queria morrer assim:
�Vou ver rios de mel doce e vinho sagrado, vou ter 72 esposas virgens e
entradas gratuitas para o para�so, para a minha fam�lia e amigos�.
Estranha forma de morrer, desgra�ada dem�ncia m�stica! N�o era o
sabor do mel que o seduzia mas a sua antevis�o; n�o era o vinho mas o
car�cter sagrado que o inebriava; n�o era a necessidade da f�mea que o
atormentava mas o deslumbramento com a quantidade e a in�til qualidade;
e, enfim, as entradas gratuitas para o para�so, para si, fam�lia e
amigos, uma esp�cie de passe colectivo � borla para quem carregava o
insuport�vel �nus de ser crente, um verdadeiro inferno de que era
urgente libertar-se.
Os crist�os esfor�am-se por explicar que a B�blia n�o quer dizer o
que efectivamente diz; os mu�ulmanos exigem que a realidade se sujeite
ao que o Cor�o afirma. Os primeiros procuram assustar com o Inferno, os
segundos seduzir com o Para�so. Ambos defendem o sofrimento do homem
para dar prazer a Deus, a ren�ncia � felicidade terrena para ganhar a
bem-aventuran�a eterna, a desigualdade entre os sexos por fidelidade �
palavra revelada.
O crime compensa. A hegemonia da Igreja cat�lica em Portugal deve-se
a s�culos de intoler�ncia para com outras religi�es, sendo os
privil�gios de que goza uma forma de beneficiar o infractor. As
religi�es s�o sempre, ali�s, um instrumento para a conquista do poder
pelos funcion�rios de Deus.
N�o h� poder democr�tico que se tenha alguma vez aproximado da viol�ncia de que � capaz o que se reclama de origem divina.
O fanatismo protestante do Ulster, a agressividade prim�ria do IRA,
a dem�ncia do juda�smo ortodoxo em Israel ou o islamismo integrista do
I�men ou da Ar�bia Saudita s�o vers�es criminosas da f�, intoler�veis
desafios � liberdade e � democracia.
A trag�dia recente da ex-Jugosl�via ou a responsabilidade dos
preconceitos racistas e anti-semitas do catolicismo na 2.� Guerra
Mundial deviam fazer-nos reflectir.
As religi�es pol�ticas fazem a s�ntese entre a burocracia que zela
pelo cumprimento do livro (sagrado) e o algozaria que pune quem dele se
afasta.
Nos EUA h� Estados onde se pro�be o ensino da teoria evolucionista
por colidir com o criacionismo b�blico. E isto numa democracia, no Pa�s
mais poderoso do planeta.
Os l�deres religiosos s�o excessivamente tolerantes com o fanatismo
mas demasiado fan�ticos com a f�. Para eles a porta do Para�so abre-se
com a chave do mart�rio, nem que seja preciso percorrer o caminho do
crime.
De acordo com o islamismo, tal como com o juda�smo, �s� se deve
matar uma pessoa se esta tiver cometido homic�dio ou semeado a
corrup��o na Terra�. Sendo f�cil evitar o homic�dio torna-se dif�cil
resistir a �semear a corrup��o na Terra� se os nossos princ�pios
colidirem com os dos pol�cias de Deus. Assim, qualquer livre pensador
arrisca a vida. Para maior gl�ria divina!
Os actuais exegetas do Isl�o s�o violentos. O humanismo �rabe da
Idade M�dia sucumbiu �s m�os de beatos exaltados. A viol�ncia
totalit�ria dos talib�s triunfou. Todos s�o v�timas mas a mulher tem o
quinh�o mais doloroso.
O fogo do inferno � uma condena��o comum ao islamismo e ao
cristianismo, frequentemente antecipado por decis�o eclesi�stica,
impaciente na sua voca��o pir�mana ou devo��o piedosa.
O cristianismo, o juda�smo e o islamismo n�o se conformam com o laicismo.
O �dio que hoje se cultiva entre popula��es pobres e analfabetas dos
pa�ses �rabes tem como alvo a pretensa irreligiosidade do Ocidente. N�o
� pois uma luta contra uma religi�o, mas contra a alegada falta dela,
que estes sapr�fitas do Cor�o travam.
O proselitismo exclui a liberdade religiosa. Urge erradic�-lo.
Quanto mais profunda for a separa��o entre a Igreja e o Estado maior
ser� o espa�o de liberdade de que usufruem os crentes e os n�o crentes.
A seculariza��o � um direito e o laicismo um dever que se integra na
defesa dos direitos do homem.
Osama Ben Laden foi o pregador ser�fico e compungido que teceu
pacientemente uma espiral de viol�ncia e morte. Foi uma esp�cie de
Prefeito duma Sagrada Congrega��o da F� Isl�mica que deu origem ao
ex�tico Minist�rio da Promo��o da Virtude e da Preven��o do V�cio pelo
qual zelava a pol�cia religiosa afeg�. Perdeu-o a obsess�o de levar
Deus ao domic�lio, a toda a parte e � for�a.
No Vaticano Jo�o Paulo II parece fazer a s�ntese do que de pior
tinha a sua Pol�nia Natal � o estalinismo e um catolicismo arcaico.
Ainda n�o estava esquecida a beatifica��o do sinistro Pio IX e j� se
encontra canonizado Monsenhor Escriv� de Balaguer que prestou provas de
santidade com a intercess�o num milagre na �rea da dermatologia. Com a
cura da radiodermite do m�dico M�rio Nevado Rey confirmou a prefer�ncia
que em vida teve pelas classes mais favorecidas e ganhou a santidade. O
antigo admirador de Franco subiu aos altares e o inquietante Opus Dei,
que ele fundou, continua como instrumento da conquista do poder e do
expansionismo cat�lico.
Sem a ren�ncia expressa ao proselitismo e o respeito reiterado pela
laicidade n�o haver� paz que o beat�rio exacerbado n�o possa perturbar.
Se os dignit�rios eclesi�sticos ( de todas as religi�es ) n�o puserem
na defesa dos direitos do homem um empenhamento equivalente ao do
cumprimentos dos deveres a que se julgam obrigados perante Deus, n�o h�
tranquilidade nem paz duradouras.
As religi�es do livro baseiam-se em princ�pios que eram aceites no
tempo em que foram criadas mas que foram postos em causa pelos
princ�pios humanistas que se tornaram paradigma das modernas
civiliza��es. N�o � poss�vel continuar a contemporizar com esses
princ�pios que exp�em os predicantes �s san��es do c�digo penal dos
pa�ses que exigem respeito pelos direitos do homem.
Todos sabemos que a origem divina que se atribui aos livros, cujos
princ�pios se tornaram obsoletos, dificulta a sua revis�o mas, ao
menos, que os funcion�rios religiosos reformem a interpreta��o. A
crueldade dos homens j� � insuport�vel, pode prescindir dos rigores
divinos.
Os valores humanistas de que nos reclamamos n�o podem ser
postergados no p�ntano da f� e do proselitismo que alimenta os
fac�noras de Deus.
Alfredo Carlos Barroco Esperan�a
Coimbra, Fevereiro de 2003