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 Empregos que fazem mal

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Xô Esquerda

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MensagemAssunto: Empregos que fazem mal   Empregos que fazem mal EmptyTer Fev 05, 2008 2:36 am

Estudo: Dados americanos coincidem com Portugal

Empregos que fazem mal

Estudo norte-americano indica que as pessoas que se dedicam a cuidar de idosos têm maior propensão para sofrer depressões
Mudar fraldas, tratar de idosos ou servir à mesa são profissões com elevada taxa de incidência de depressões. Os números, que constam de um estudo norte-americano, são claros e, de acordo com especialistas portugueses, também reflectem perfeitamente a realidade nacional.

Entre as categorias profissionais que registam maior percentagem de episódios de depressão, entre trabalhadores a tempo inteiro, os mais afectados são o pessoal auxiliar de creches ou lares, trabalhadores no sector da restauração e os de acção social.

Para o psicólogo José Morgado, confrontado com os resultados do Departamento de Uso de Substâncias e Serviços de Saúde Mental do Gabinete de Estudos Aplicados dos EUA, existe algo em todas estas categorias profissionais que justifica a taxa de depressão. “Estamos a falar de profissões sociais, onde o contacto com o outro é um factor comum. Nestas, existe um dado que agrava e potencia situações de maior desequilíbrio, que é o contacto com o sofrimento do outro, como acontece aos profissionais de saúde, assistentes sociais ou a quem faz trabalho comunitário”, explica o professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), para quem este contacto com o sofrimento do outro “acaba por produzir um efeito de contágio de mal-estar”.

Teresa de Oliveira, também docente no ISPA, considera que “são profissões onde o trabalhador tem de expressar emoções, de preferência positivas, na sua interacção com o cliente”. “Muitas vezes são obrigadas a expressar emoções positivas, porque faz parte das suas funções, quando, no seu íntimo, sentem exactamente o oposto. A isso chama-se dissonância emocional”, esclarece.

O estudo, realizado com base em informação recolhida entre 2004 e 2006, indica que cerca de sete por cento dos trabalhadores a tempo inteiro, com idades entre os 18 e os 64 anos, tiveram um episódio grave de depressão no ano passado. Desse grupo, 10,8 por cento trabalha no auxílio de pessoas idosas e 10,3 por cento na restauração.

Os trabalhadores a tempo inteiro são os que apresentam menor propensão para terem problemas de depressão, com uma taxa de incidência de sete por cento, que aumenta para 9,3 por cento em situações de part-time. E, como seria de esperar, os desempregados são os que mais sofrem depressões, com a taxa a situar-se nos 12,7 por cento.

“Se o estudo fosse aplicado em Portugal, estou certo que replicaria os resultados obtidos nos EUA”, referiu ainda José Morgado, especialista em psicologia aplicada à educação, comentando: “Estava à espera que a educação tivesse uma situação mais grave. Os traços de autoridade estão a mudar e isso criou algumas dificuldades aos professores, especialmente nos que lidam com idades mais novas, como no Ensino Básico e Secundário. A baixa psiquiátrica é muito elevada nos profissionais de educação.”

RECURSOS HUMANOS COM FALTA DE VISÃO

Uma das medidas para diminuir o número de profissionais com problemas psicológicos passa, de acordo com Teresa de Oliveira, pela criação de mecanismos de apoio aos trabalhadores por parte das empresas. “Os investimentos dos recursos humanos das organizações são sempre muito limitados, pois só querem resultados a curto prazo. Têm muitas dificuldades em ver justificação para investir na aplicação de mecanismos de ajuda psicológica dos alunos”, afirma, acrescentando que isso “naturalmente implica custos”. No entanto, os benefícios a longo prazo seriam maiores, visto que “um trabalhador motivado e cuidado produz muito mais”. Outro aspecto realçado por Teresa de Oliveira é a preparação das chefias: “Têm um contacto mais directo com os trabalhadores e precisam de uma certa sensibilidade para detectar alguns problemas. A depressão já é uma manifestação tardia de um problema psicológico.”

SAIBA MAIS

- 44 mil milhões de dólares é o valor que as empresas norte-americanas perdem todos os anos devido às depressões ou problemas psicológicos sofridos pelos seus trabalhadores.

- 2,5 milhões de portugueses têm problemas psicológicos, com a depressão a assumir números cada vez mais alarmantes.

DEPRESSÃO

Trata-se de uma doença mental caracterizada por tristeza prolongada, perda de interesse por actividades, habitualmente agradáveis, e perda de energia ou cansaço fácil.

SOLUÇÕES

Além da medicação, existem métodos capazes de atenuar os sintomas depressivos, como é o caso da actividade física.

CUIDADOS

O abuso de remédios antidepressivos é uma preocupação de saúde pública em muitos países, havendo suspeitas de que alguns potenciam tendências suicidas.

VAN GOGH

O pintor holandês foi uma das figuras históricas mais conhecidas a sofrer de depressão. Suicidou-se aos 37 anos.

TOP 10 DAS PROFISSÕES MAIS DEPRIMENTES

CUIDADOS PESSOAIS (Apoio a idosos/lares): 10,8

RESTAURAÇÃO (Empregado com bandeja): 10,3

SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL (Trabalho com sem abrigo): 9,6

SAÚDE (Médico/enfermeiro): 9,6

COMUNICAÇÃO SOCIAL / ENTRETENIMENTO (Jornalista): 9,1

EDUCAÇÃO (Professor): 8,7

SECRETARAIDO (Secretária): 8,1

MANUTENÇÃO (Empregada de limpeza): 7,3

FINANÇAS (Banqueiro): 6,7

VENDAS (Vendedor de automóveis): 6,7

CASOS DE DEPRESSÃO NOS EUA POR SITUAÇÃO PROFISSIONAL

TOTAL: 15 531 000

TEMPO INTEIRO: 8 143 000

PART-TIME: 2 227 000

DESEMPREGADOS: 911 000

OUTROS: 4 200 000

CM
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