Nebraska põe fim ao uso da cadeira eléctrica
O Nebraska tornou-se ontem o último estado norte-americano a abolir a cadeira eléctrica como modo de execução primário, depois de o Supremo Tribunal estatal ter considerado que violava a dignidade humana e era, por isso, inconstitucional. A decisão surge na altura em que se aguarda que o Supremo Tribunal dos EUA se pronuncie sobre a legalidade da injecção letal, o método de execução mais comum.
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As provas demonstram que a electrocussão inflige uma dor intensa e um sofrimento agonizante. Por isso, como método de execução é um castigo cruel", indicou o tribunal, que decidiu por seis contra um. "
Os condenados não devem ser torturados até à morte, não importa qual tenha sido o seu crime", escreveu o juiz William Connoly.
Em causa estava um apelo de Raymond Mata, considerado culpado em 2000 da morte de um menino de três anos, filho da ex-namorada. Partes do corpo do rapaz foram encontrados no seu frigorífico e na tigela da comida do cão.
O procurador-geral do Nebraska, Jon Bruning, disse que vai dar início aos procedimentos para aprovar um novo método de execução (a electrocussão era o único previsto).
Depois da decisão do Nebraska, a cadeira eléctrica pode ser usada apenas nos estados que, apesar de preferirem a injecção letal, dão aos condenados o direito de escolher o método - Alabama, Arkansas, Carolina do Sul, Florida, Ilinóis, Kentucky, Oklahoma, Tennessee e Virginia. Uma opção que muitos estão agora a abolir.
Foi o caso de Daryl Holton, a última pessoa electrocutada no Tennessee, em Setembro. Holton, que confessou a morte de quatro crianças em 1997, escolheu a cadeira eléctrica em vez da injecção letal. Muitos tribunais suspenderam execuções à espera da decisão do Supremo sobre este método introduzido em 1977. Em causa está o uso de três químicos que, segundo dois condenados do Kentucky, provocam sofrimento e dores excruciantes violando a oitava emenda da Constituição. 60% dos americanos são a favor da pena de morte.|
DN