Largo do Rato
Este
lugar nasceu no cruzamento de vários caminhos que faziam o escoamento
do trânsito da cidade. Além da antiga Cotovia, agora Escola
Politécnica, ali entroncavam também o Salitre, proveniente das Hortas
de Valverde e Rua das Pretas, o caminho de São Bento, que nascia na
Boavista, junto ao rio, a estrada de Campolide, hoje rua das Amoreiras
e, por fim, duas estreitas azinhagas que levavam uma ao alto de Campo
de Ourique, a actual rua do Sol, e outra aos terrenos da quinta dos
padres do Oratório.
O nome desta zona tem origem na alcunha que
popularizou o esquecido patrono do Convento Trino, que domina o largo,
e até finais do século XIX o único edifício de características nobres.
Em 1621, Manuel Gomes de Elvas, influente cristão-novo de Lisboa, ali
fundou um convento para Senhoras da Ordem da Santíssima Trindade, o
primeiro desta Ordem em Lisboa. Depois
da sua morte continuou a ser apadrinhado pelos seus descendentes, um
deles, Luís Gomes de Sá e Meneses, tinha por alcunha “o Rato”, alcunha
que se apegou ao convento e estendeu-se ao largo fronteiro. O edifício,
que hoje se vê, foi profundamente alterado ao longo dos tempos e, entre
1881-85 – depois da extinção dos conventos –, sucessivamente adaptado
para outros fins.