Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.


 
InícioInício  ProcurarProcurar  Últimas imagensÚltimas imagens  RegistarRegistar  EntrarEntrar  

 

 O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)

Ir para baixo 
2 participantes
AutorMensagem
Xô Esquerda

Xô Esquerda


Mensagens : 703
Data de inscrição : 15/12/2007

O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) EmptyDom Mar 02, 2008 11:39 am

O Ranço Salazarista


Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos. Nem interessados estamos em o saber.

Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.

Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d’alma: são, também, dores físicas.

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz – os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música.

Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido:

“Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto.
A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.”

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria.

Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.

Prepara-se (preparam os “socialistas modernos” de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível.

E o primeiro-ministro, naquela despudorada “entrevista” à SIC, declama que está a defender o SNS!

O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente.

Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas de não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar.

Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências.

Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má.

Diz-se, diz-se.

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, é agir.

O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em escalada.

O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista.

Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.

APOSTILA –

Rui Santos, comentador da SIC, na área do futebol, foi alvo de tentativa de agressão, no parque de estacionamento daquela estação televisiva.

Quatro meliantes encapuçados (um, no interior de um automóvel; os outros, de trancas nas mãos) cercaram o jornalista, que lá se defendeu conforme pôde. É um incidente de tal gravidade que as autoridades terão de agir com a rapidez determinada pela própria natureza do crime. Porque de crime se trata.

Não é, apenas, Rui Santos que está em jogo. É a própria liberdade de expressão que foi (e está, sei muito bem do que falo) ameaçada.

Um abraço solidário para Rui Santos.


Baptista Bastos
Ir para o topo Ir para baixo
Convidad
Convidado




O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: Re: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) EmptyDom Mar 02, 2008 11:53 am

A PERGUNTA QUE SE FAZ; O que e MELHOR? SOCIALISMO DESTES, ou SALAZARISMO? Ou entao o que e PIOR? Este SOCIALISMO ou o SALAZARISMO!!! Acho que as pessoas ja andam INCERTAS quanto a esta questao!!!!
Ir para o topo Ir para baixo
Xô Esquerda

Xô Esquerda


Mensagens : 703
Data de inscrição : 15/12/2007

O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: Re: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) EmptyDom Mar 02, 2008 11:54 am

RONALDO ALMEIDA escreveu:
A PERGUNTA QUE SE FAZ; O que e MELHOR? SOCIALISMO DESTES, ou SALAZARISMO? Ou entao o que e PIOR? Este SOCIALISMO ou o SALAZARISMO!!! Acho que as pessoas ja andam INCERTAS quanto a esta questao!!!!

O salazarismo está fora de questão.

Pertence à História.
Mais nada.

Por isso, não serve de alternativa.
Ir para o topo Ir para baixo
Convidad
Convidado




O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: Re: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) EmptyDom Mar 02, 2008 12:16 pm

E quem quer essa ALTERNATIVA? Shocked Shocked Shocked

O FACTO, e que esse sistema SOCIALISTA, Tanbem deve passar a HISTORIA!!! Laughing Laughing Laughing Laughing
Ir para o topo Ir para baixo
Lech Walesa

Lech Walesa


Mensagens : 452
Data de inscrição : 30/01/2008

O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: Re: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) EmptyDom Mar 02, 2008 2:52 pm

RONALDO ALMEIDA escreveu:
A PERGUNTA QUE SE FAZ; O que e MELHOR? SOCIALISMO DESTES, ou SALAZARISMO? Ou entao o que e PIOR? Este SOCIALISMO ou o SALAZARISMO!!! Acho que as pessoas ja andam INCERTAS quanto a esta questao!!!!

Toda a gente está mais do que contente em relação ao 25 de Abril de 1974.

Apenas alguns pobres e ricos que têm algo a esconder desejam que todos fiquem sem liberdade, para não poderem dizer o que lhe vai na alma.


O funcionalismo público não surgiu com o 25 de Abril!!!


Estado Novo, Estado socialista-democrático vivem das mesmas pessoas.

Foram militares que fizeram o golpe. O resto manteve-se.
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty
MensagemAssunto: Re: O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)   O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos) Empty

Ir para o topo Ir para baixo
 
O Ranço Salazarista (por Baptista Bastos)
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» O PODER DA MEMÓRIA - Baptista Bastos
» PEQUENA CRÓNICA DO BANAL (Baptsta Bastos)

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
 :: Opinião & Liberdade de Expressão-
Ir para: