Fed anuncia corte de juros menor do que o esperado nos EUA
Bruno Garcez Da BBC Brasil em Washington
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Foi o segundo corte anunciado por Bernanke em um mês |
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou nesta terça-feira um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica
de juros, que passa a ser de 2,25% ao ano. Essa foi a segunda redução dos juros neste mês. Desde setembro, o Fed já promoveu cortes equivalentes a três pontos percentuais
para tentar evitar uma recessão nos Estados Unidos.
A
redução foi inferior à queda de um ponto percentual que muitos
operadores do mercado esperavam, o que provocou reações negativas em
bolsas de valores.
Com
o novo corte, o banco central americano procura conter a desaceleração
econômica, acalmar os mercados e restaurar a confiança dos consumidores
do país.
A fim de evitar convulsões no setor financeiro, o Fed tem adotado medidas que não eram colocadas em prática desde o período
da Grande Depresssão, durante a década de 1930.
Bear Sterns A economia dos Estados Unidos tem sido afetada pelo fato de que um número recorde de pessoas não tem conseguido pagar as dívidas
contraídas em financiamentos imobiliários e também pela retração no setor de construção. Os problemas nos Estados Unidos têm se refletido nos mercados mundiais.
O mais recente desdobramento ocorreu no início desta semana, após o Fed ter, em pleno domingo, adotado medidas de socorro
ao mercado financeiro.
O órgão arquitetou a venda do banco Bear Stearns, que já foi a quinta maior instituição de investimentos do país, por um valor
abaixo de seu custo de mercado.
Além disso, o Fed também criou uma linha emergencial de crédito para bancos que passam por dificuldades e reduziu os juros
relativos a essas transações.
Mas
as medidas acabaram tendo efeito adverso porque provocaram grande
turbulência nos mercados mundiais, que partiram do princípio de que
outras grandes instituições teriam destino semelhante ao do Bear
Stearns.
Bush Em um pronunciamento nesta terça-feira, o presidente americano, George W. Bush, disse que "os americanos precisam ter confiança"
na economia do país porque ela conta com "âncoras".
De acordo com Bush, a taxa de desemprego no país está relativamente baixa e os Estados Unidos são "uma sociedade inovadora",
que tem feito avanços nos setores de tecnologia e agricultura, por exemplo.
"Compreendo as dificuldades no curto prazo, mas, no longo prazo, ficaremos bem", acrescentou o presidente americano.