Férias da Páscoa esgotam hotéis de norte a sul

Férias da Páscoa esgotam hotéis de norte a sul



As férias da Páscoa não podiam correr melhor para os hoteleiros. Lisboa, Alentejo e Algarve foram as regiões escolhidas pelos turistas nacionais e estrangeiros. Também a Serra da Estrela, que à falta de neve recorreu à produção de neve artificial, regista uma taxa de ocupação superior a 80%.

Se durante o fim-de-semana nevar, como prevêem os meteorologistas, os hoteleiros estimam mesmo esgotar a capacidade existente na serra.

Lisboa é por estes dias uma cidade onde se fala sobretudo espanhol e italiano. A capacidade hoteleira lisboeta está ao rubro, com uma previsão de 5% de aumento da taxa de ocupação, face ao ano anterior, destacando-se ainda o facto do preço médio por quarto vendido registar uma variação positiva da ordem dos 8%, revela a Associação da Hotelaria de Portugal.

O grande fluxo de turistas espanhóis é habitual nesta época do ano, e a proximidade é a principal justificação para a decisão da escolha. Os voos das companhias low cost também têm ajudado a incrementar o turismo para a região de Lisboa, explicam os gestores do sector.

Mas, o Alentejo destaca-se este ano pela grande procura que registou junto dos turistas espanhóis. As taxas de ocupação dos principais hotéis e unidades de turismo rural oscilam entre os 80% e os 100% para este fim-de-semana alargado.

Évora, Portalegre e o litoral alentejano estão no topo das preferências. Mas a região despertou atenções também de norte-americanos, brasileiros e portugueses. Os hotéis de cinco estrelas, como o Convento do Espinheiro ou da Cartuxa estão lotados, assim como o Clube de Campo Vila Galé, em Beja.

O Algarve mantém-se como o local preferido dos portugueses, com alguns hotéis a ficarem esgotados. Para Elidérico Viegas da Associação de Hotelaria e Empreendimentos Turísticos do Algarve, o facto da Páscoa ser, este ano, no mês de Março, permite aos turistas usufruir ainda dos preços praticados em época baixa. "Constitui um atractivo adicional", diz o gestor.

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ESCAPADELAS DE PÁSCOA


Manuel Maria Carrilho

Com tanta crise, com tanto aperto, como é que tanta gente faz férias na Páscoa?" - esta foi uma das perguntas que mais ouvi durante esta semana.

Na raiz desta perplexidade está um pessimismo que tem vários factores: nacionais, internacionais e civilizacionais. Por cá, temos as consequências do combate ao défice desde 2005, a crise do emprego, a insuficiência do crescimento e a contumaz incapacidade que o País tem revelado, nos últimos 20 anos, para mudar de modelo de desenvolvimento (betão, salários baixos, etc.) e sair dos últimos lugares em quase todas as tabelas da União Europeia. Ainda neste ponto, é grande o peso que tem no desânimo nacional o contínuo processo de descrédito dos partidos políticos, a deserção das elites e a debilidade da sociedade civil portuguesa, cujo potencial raramente sai da esfera retórica, como se ela estivesse condenada pela minúscula dimensão do mercado nacional, que continua a ser a mais pesada das nossas fronteiras.

Mas há outros factores a ter em conta. A nível internacional, sobressaem as angústias de uma crise financeira cujas consequências estão longe de ser conhecidas ("the unthinkable is about to become the unevitable", escreveu esta semana Paul Krugman no New York Times) e um quadro global de grande incerteza em que a Europa parece, apesar de todos os esforços, titubeante e incapaz de se afirmar.

Por outro lado, no registo civilizacional, o ponto central é compreender que a experiência da decepção se situa hoje no âmago das nossas sociedades e da sua matriz igualitária, individualista e consumista.

Matriz que, ao fazer da insaciável ambição material a mola permanente e universal do comportamento humano, o expõe a uma inevitável frustração. É que a igualdade, ao sugerir a um número cada vez maior de pessoas possibilidades de vida que, na realidade, continuam ao alcance de apenas alguns, aumenta necessariamente a amplitude e a intensidade da decepção.

E a força deste paradoxo tem aumentado constantemente, levando os indivíduos a verem-se mais como consumidores do que como cidadãos, sujeitando-se a uma lógica de dependência cujo retrato se encontra tanto no cliente ideal do shopping como no comportamento de um drogado: ou seja, na procura de doses cada maiores e cada vez mais frequentes.

Mas mais consumo quer dizer mais dívida e menos poupança: e o peso da dívida no rendimento disponível dos portugueses passou, entre 1990 e 2006, de 19,5% para 124%, enquanto a poupança caiu de 20% para 8,3% -, também aqui garantindo o último lugar das tabelas da União Europeia.

Mas nada disto, a julgar pelas informações os últimos dias, perturba as férias da Páscoa. Ou, pelo menos, o que é "notícia" sobre estas escapadelas: os hotéis estão cheios, os voos para os mais variados destinos encontram-se há muito esgotados, os centros comerciais continuam apinhados... o consumo faz mais uma vez o seu trabalho de pastiche moderno da ressurreição pascal.

O rio das mil gravuras "A sabedoria das multidões"

Num livro que tantos os eleitos como os gestores deviam ler com atenção, James Surowiecki discute o que são bons critérios de decisão. The Wisdom of the Crowds (com tradução portuguesa da Ed. Lua de Papel), abala muitas ideias feitas sobre os peritos e a relevância dos "estudos técnicos", ao mesmo tempo que mostra o potencial da inteligência colectiva, desde que ela incorpore quatro qualidades: diversidade, descentralização, agregação e independência. A intuição central do autor, os inúmeros casos concretos com que a exemplifica, as suas possíveis implicações nos mais variados domínios, tudo justifica um outro olhar sobre a surpreendente sabedoria… do povo!

Saramago ibérico e mundial

Foi um êxito, tanto em termos estéticos como de público, a magnífica exposição "A consistência dos sonhos", sobre a vida e obra de José Saramago, que se pôde ver em Lanzarote nos últimos dois meses. Com um roteiro que se prevê que leve a exposição a Roma, Berlim, Paris, Nova York e a vários países da América Latina, espera-se que ela venha em breve (fala-se de Abril, no Palácio da Ajuda) a Lisboa. José Saramago é hoje não só um dos nomes maiores de Portugal no mundo, como um símbolo que devia inspirar uma maior convergência cultural ibérica.

dn

OS HOTEIS ESTAO TODOS ESGOTADOS esta semana em ORLANDO!! A FAMILIA REAL DE QATAR, esta em ORLANDO!!! Esta semana da para tirar 30-35 000dia/LIMPOS aqui para o RON!!!! boa semana!!!

Milhares aproveitam Páscoa para "fugir" para o Brasil

Brasil revelou-se o destino favorito de quem optou por sair do país nestas miniférias

Milhares de portugueses rumam por estes dias ao Brasil, Cuba, Cabo Verde, Palma de Maiorca, Egipto e várias cidades europeias, ainda que os destinos dentro de portas, com o Algarve à cabeça, se mantenham como os mais procurados nas miniférias da Páscoa.

A avaliar pelo aumento da procura para o estrangeiro assinalada por alguns operadores, dinheiro parece não ser problema para muitos que mantêm o Brasil como o destino favorito para férias. Só a Abreu e a Soltrópico "levaram" 5200 portugueses para fora em pacotes turísticos, com a procura a subir entre 8 e 64% face ao ano passado, conforme os destinos.

A agência de viagens mais antiga de Portugal, diz fonte oficial da Abreu, vendeu pacotes de férias a 2800 pessoas para o Brasil, Cuba, Cabo Verde, Palma de Maiorca (Espanha) e cidades europeias como Dubrovnik (Croácia), Praga (República Checa) e Barcelona (Espanha). Em causa estão programas de quatro a nove dias, com preços entre 490 e dois mil euros por pessoa, valores que aparentemente, não "assustam". A verdade, explica a fonte, é que a procura de pacotes subiu 8% face à Páscoa de 2007 e a estas viagens somam-se muitas outras organizadas individualmente por milhares de clientes aos balcões.

Também na Soltrópico o tom é de optimismo, com Cabo Verde a Egipto a recolher a preferência da maior parte dos 2500 portugueses que compraram pacotes organizados por este operador. No caso das ilhas atlânticas, explica fonte oficial da Soltrópico, a procura manteve-se em linha com a Páscoa de 2007, mas para o Egipto as vendas subiram "uns assinaláveis 64%". Também Senegal e Polinésia francesa foram escolhidos por muitos. Preços? Os pacotes em causa, de uma semana sobretudo, variam entre 700 e 1100 euros por pessoa, em função do destino.

Algarve "à pinha"

Mais "em conta" deverão ser uns dias pelo Algarve, Serra da Estrela ou Alentejo, onde as principais unidades hoteleiras estão com taxas de ocupação que variam entre 80 e 100%, números, aliás, habituais para esta quadra, que este ano tem a vantagem de "cair" em época baixa, o que se traduz em menos umas dezenas de euros em alojamento. Quanto à meteorologia, as previsões dão ao Algarve uma esperança de sol, com 50 praias à espera de milhares de portugueses com vontade de trabalhar... "para o bronze".

Para os empresários locais, contudo, o calendário não é visto como uma vantagem, pois a antecipação da Páscoa face a 2007 aumenta a distância ao "arranque" da época alta, que geralmente se segue a esta quadra. "Vamos ter um compasso de espera", sublinha o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, notando que este detalhe "não ajuda ao negócio."

Também no Alentejo, e apesar de se esperar chuva, a ocupação hoteleira está em alta um pouco por todo o lado, diz o presidente da Associação das Regiões de Turismo local, Andrade Santos.

Mais a Norte, e bem mais fria e com alguma neve, a Serra da Estrela está também "composta", com o ocupação média em 86%, diz o presidente da Região de Turismo, Jorge Patrão.

jn

CRISE? RECESSAO? Qual CRISE e qual RECESSAO? So para os TESOS!!!