Porto
Comunistas afirmam que «Rui Rio não cala o PCP»
Uma carrinha decorada com cartazes e equipada com altifalantes vai circular até sexta-feira, à volta dos Paços do Concelho do Porto, para informar os portuenses que «Rui Rio não cala o PCP», revelou hoje Belmiro Magalhães, do PCP/Porto
«A circulação permanente de uma carrinha com instalação sonora e cartazes, com o lema ‘Rui Rio não cala o PCP’, serve para deixar claro ao presidente da Câmara do Porto que não nos conseguirá calar e que encontraremos sempre formas de transmitir a nossa mensagem», salientou o dirigente comunista, em declarações à Lusa.
Segundo Belmiro Magalhães, a carrinha vai circular até sexta-feira num trajecto em redor do edifício dos Paços do Concelho, entre as 09h00 e as 19h00.
Esta iniciativa insere-se numa semana de protesto promovida pelos comunistas do Porto para denunciar o que consideram ser a «retirada sistemática» de propaganda política por parte dos funcionários municipais.
«Na semana passada, o PCP viu ser novamente retirada propaganda política, com a agravante de que, desta vez, nem sequer foi respeitado o regulamento municipal», frisou.
Belmiro Magalhães salientou que a propaganda comunista estava instalada em zonas da cidade autorizadas pelo regulamento municipal.
O Regulamento sobre Propaganda Política divide a cidade do Porto em três zonas, sendo a vermelha aquela em que é totalmente proibida a propaganda política.
Na zona amarela é necessário pedir autorização para colocar propaganda, enquanto na zona branca os partidos apenas têm que informar a Câmara do Porto do local e data em que pretendem colocar a propaganda.
Para o dirigente comunista, a actuação da autarquia «põe em causa a liberdade de expressão». Na terça-feira, durante a reunião semanal do executivo municipal, o vereador Rui Sá, eleito pela CDU, vai interpelar directamente o presidente da câmara sobre esta matéria.
No dia seguinte está prevista a apresentação de uma queixa na Comissão Nacional de Eleições e, quinta-feira, o PCP/Porto vai apresentar uma queixa no Tribunal Administrativo.
A semana de luta encerra sexta-feira com a colocação, nos mesmos locais, das estruturas de propaganda retiradas na semana passada pelos funcionários municipais.
«Será o sinal do nosso inconformismo», afirmou Belmiro Magalhães.
O diferendo entre o PCP e a Câmara do Porto sobre a colocação de propaganda política na cidade já se arrasta há alguns meses, tendo os comunistas divulgado, em Dezembro, uma carta-aberta dirigida a Rui Rio, em que acusavam o autarca de proibir a afixação de propaganda comunista na cidade.
Meses antes, no início de Agosto, os comunistas já tinham acusado Rui Rio de ter «dois pesos e duas medidas» na aplicação do regulamento sobre propaganda política, denunciando um alegado benefício ao PSD.
Lusa/SOL