CDSAlmoço de "amigos" de Ribeiro e Castro não esquece feridas abertas no passado2008-04-05
Ortigosa, Leiria, 05 Abr (Lusa) - Perto de uma centena de antigos dirigentes e colaboradores do ex-líder do CDS Ribeiro e Castro juntaram-se hoje na Ortigosa, Leiria, para um "almoço de amigos" mas sem esquecer as feridas causadas pela vitória de Paulo Portas.
Trata-se de um "encontro de amigos" até porque é "sempre bom os amigos encontrarem-se", limitou-se a dizer Ribeiro e Castro, recusando comentar qualquer tema de actualidade política.
Já o seu antigo secretário-geral e principal promotor do almoço, Martim Borges de Freitas, desafiou a actual direcção a manter-se em funções até às próximas eleições de 2009, para avaliar o seu verdadeiro peso eleitoral.
"Tudo é infelizmente cada vez mais claro e é importante que as pessoas tenham consciência que aquele trabalho que estava a ser feito pela anterior direcção tinha toda a razão de ser", recorda Martim Borges de Freitas, lamentando o estado actual do partido.
"Aquilo que o engenheiro Sócrates deu ao CDS em 2005 foi quatro anos para tratar de si" e "se o partido não aproveitou estes quatro anos para tratar de si é evidente que agora podemos imputar todas as responsabilidades aos outros mas a primeira é nossa", acrescentou o antigo dirigente centrista.
Para este responsável, "as pessoas têm que cumprir o seu mandato até ao fim e acho que a actual direcção deve ir a todas as eleições em 2009" até porque "foram criadas expectativas e essas expectativas só são ou não cumpridas nas eleições".
O almoço junta muitos antigos deputados e dirigentes nacionais do partido mas também outras figuras que suspenderam a sua militância ou abandonaram o CDS após o regresso de Paulo Portas.
"A forma como tudo se passou no ano passado no CDS marcou muito as pessoas do CDS e isso não se esquece de um momento para o outro", justifica Martim Borges de Freitas.
Recusando que este seja um almoço de "institucionalização de tendência" dentro do CDS, Martim Borges de Freitas justificou a escolha da data com o facto de passarem três anos sobre a apresentação da moção que deu a vitória a Ribeiro e Castro no partido.
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O instinto de sobrevivência dos políticos portugueses deveria ser objecto de estudo pela Ciência.