Cirurgião com VIH espera posição oficial da Ordem
Pedro Nunes garante "As pessoas podem estar descansadas"
O caso do cirurgião a quem foi detectada seropositividade ao VIH/sida, a exercer funções num hospital público português, aguarda o parecer oficial da Ordem dos Médicos (OM), mas o bastonário Pedro Nunes já afirmou ser "praticamente inexistente" o risco de contágio aos doentes.
Depois de conhecida a posição oficial da OM, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde deverá emitir uma recomendação ao Conselho de Administração do hospital.
Segundo noticiou ontem o jornal Público, a situação foi detectada pelos serviços de Medicina no Trabalho, através de um teste VIH/sida, e comunicado à direcção clínica e ao conselho de administração do estabelecimento.
A quebra do sigilo, passível de ilicitude, justifica-se "por poder estar em causa a segurança de doentes", refere o parecer do Centro de Direito Biomédico (Coimbra) do jurista André Gonçalo Pereira, citado pelo Público.
Se ficar provado que a actividade do cirurgião traz risco de contágio para os doentes, o médico pode ser obrigado a mudar de especialidade.
Segundo o Público, o cirurgião em causa tem a particularidade de se interessar por técnicas laparoscópicas, que não implicam operações de barriga aberta e recorrem a microvideocâmaras e pequenos furos no abdómen.
Trata-se de um médico "jovem, competente, com uma carreira promissora", em regime de contrato, diz o jornal.
Este é o primeiro caso do género conhecido em Portugal. O abandono da especialidade só se justifica se o risco de transmissão ao paciente for "cientificamente provado, ainda que remoto", diz o parecer de Maria do Céu Rueff, mestre em Direito.
Em declarações à Lusa, o bastonário Pedro Nunes afirmou que as pessoas podem estar "perfeitamente descansadas" em relação às cirurgias, pois "há sistemas para evitar o contágio no bloco operatório".
O responsável acrescentou que "o risco de contágio do doente ao médico é muito maior do que no sentido inverso", ressalvando que a OM está ainda a analisar o caso.
JN (19-10-2007)
E será o único técnico de saúde com esta doença ???
A Medicina do Trabalho por incrível que pareça funciona muito mal ao nível dos Serviços Públicos de Saúde.
E não só nos Serviços de Saúde.
Também em muitos outros Serviços do Estado !
Tudo ainda por fazer ....