Morreu Cónego Melo

O monsenhor Eduardo Melo Peixoto, mais conhecido por Cónego Melo, faleceu hoje em Fátima, revelou à Lusa o arcebisbo de Braga, D. Jorge Ortiga.

O cónego Melo foi encontrado hoje morto no seu quarto da Casa Nossa Senhora do Carmo e o corpo já foi enviado para o Instituto de Medicina Legal de Tomar, disse fonte do Santuário de Fátima.

O sacerdote estava em Fátima para participar num encontro de cursilhos da Cristandade que está a decorrer no Santuário e terá morrido de causas naturais durante a noite, tendo sido encontrado deitado na cama hoje de manhã.

Em declarações à Agência Lusa, fonte do Santuário de Fátima endereçou, em nome da instituição, as condolências à família e à arquidiocese de Braga.

"Merece a maior consideração pelo trabalho desenvolvido", acrescentou a mesma fonte.

Eduardo de Melo Peixoto nasceu a 30 de Outubro de 1927 em São Lázaro, Braga, e foi ordenado sacerdote em 1951, tendo depois assumido o papel de vigário-geral da arquidiocese durante vários anos, tendo renunciado ao cargo em 2002.

"Era um grande homem"

O presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado considera que o falecimento do Cónego Melo é uma "grande perda" para a Igreja, o país e, sobretudo, para a cidade.

"Monsenhor Eduardo Melo era um grande homem, um grande sacerdote e um grande bracarense, que tudo fazia pela cidade, pelas suas instituições e pelas suas gentes", afirmou.

O autarca socialista acentuou que o Cónego Melo, além da sua extensa actividade no seio da Arquidiocese de Braga da Igreja Católica, estava presente em muitas outras instituições da cidade, como o Sporting de Braga, tudo fazendo para as ajudar"

SIC Online

Os deputados do BE abandonaram o hemiciclo depois de votar contra o minuto de pesar pela morte do Cónego Melo, uma das figuras mais controversas da extrema-direita nos anos da revolução. Manuel Alegre e outros deputados do PS também saíram e nem votaram. O PCP esteve contra mas ficou na sala, cumprindo o regimento.



A proposta do CDS de fazer um minuto de silêncio no Parlamento pela morte do Cónego Melo foi esta manhã aprovada com a abstenção do PS, mas Manuel Alegre, Arons de Carvalho, Teresa Portugal e outros deputados socialistas saíram, antes sequer de votar.

Toda a bancada do BE fez o mesmo, mas só depois de votar contra. O PCP e os Verdes também estiveram contra o pesar pelo falecimento do cónego da Sé de Braga .

O Cónego Melo, falecido a 18 de Abril, aos 80 anos, em Fátima, foi uma das figuras mais polémicas dos anos da revolução, a seguir ao 25 de Abril de 1974. Implicado na morte do padre Max, um activista de esquerda, em Vila Real, Monsenhor Eduardo Melo Peixoto teve ligações ao movimento anticomunista ELP e ao grupo MDLP, responsável pelos ataques no Norte contra sedes do PCP e de outros partidos de Esquerda.

No voto de pesar desta manhã, o PSD votou a favor da proposta do CDS.