Diplomacia: Luís Amado satisfeito com avanços Portugal em África
Pretória, 25 Abr (Lusa) - O ministro português dos Negócios Estrangeiros manifestou-se hoje "satisfeito com os avanços que Portugal tem vindo a conseguir em África" utilizando todas as sinergias existentes como a língua, o conhecimento empresarial e outros.
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Luís Amado preside hoje em Pretória ao seminário sobre diplomacia portuguesa na África Austral, para o qual foram convocados os embaixadores na África do Sul, Angola, Moçambique, Zimbabué e República Democrática do Congo, a presidente do Instituto Camões, Simoneta da Luz Afonso, presidente do IPAD, Manuel Correia, e outros agentes da diplomacia portuguesa.
A sessão da manhã, durante a qual os representantes diplomáticos de Portugal na África Austral mantiveram um diálogo descrito como "muito produtivo" sobre os diversos vectores da intervenção diplomática na sub-região, foi aberta por uma intervenção do secretário-executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), o moçambicano Tomaz Salomão.
Salomão fez uma detalhada retrospectiva da história da SADC desde a sua formação, tocando nos temas mais prementes da actualidade, com destaque para a união aduaneira, política e económica regional e as eleições "inconclusivas" no Zimbabué.
A exposição de Tomaz Salomão deixou o chefe da diplomacia portuguesa "com a impressão clara de que a SADC está a levar a sério o impasse democrático no Zimbabué, não negligenciando os valores e princípios estabelecidos pela organização e que são, afinal, os mesmos da União Europeia, e mantendo a pressão sobre os agentes eleitorais e o regime".
Para Luís Amado este exercício diplomático e da maior importância para o sucesso de Portugal em África, quer no campo político, quer empresarial quer cultural.
"Tenho vindo a dizer que esta é uma região, fora da Europa e do Brasil, onde temos a maior concentração de interesses portugueses. Acredito que Portugal tem vindo a recuperar espaços, embora por exemplo a relação com a África do Sul pudesse estar melhor do que esta, podíamos ter mais interesses a desenvolver nesta economia pujante que é a economia sul-africana, mas se olharmos por exemplo para a presença e os interesses portugueses em Angola e Moçambique - sobretudo em Angola - veremos que eles se têm desenvolvido muitíssimo nesta região", disse Amado.
O MNE português pretende com esta reunião de embaixadores e agentes activos da diplomacia que "o país acompanhe a dinâmica de desenvolvimento regional de forma racional, aproveitando todos os recursos e sinergias dos vários interesses que aqui têm, como as instituições que trabalham no desenvolvimento da língua, da cooperação, dos investimentos, e muitos outros, que devem estar inter-ligadas e integradas numa ambição estratégica".
Luís Amado está convencido de que Portugal "fechou um ciclo no seu relacionamento com o continente africano e que a cimeira de Lisboa UE/África marca uma mudança de atitude para com Portugal por parte da generalidade dos países africanos.
AP.