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 Campos e Cunha compara Sócrates a Santana

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ypsi




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MensagemAssunto: Campos e Cunha compara Sócrates a Santana   Campos e Cunha compara Sócrates a Santana EmptySex Out 26, 2007 1:12 pm

Campos e Cunha compara Sócrates a Santana em termos intelectuais
e duvida das contas orçamentais


Em artigo de opinião publicado hoje no PÚBLICO, a primeira escolha de José Sócrates para a pasta das Finanças levanta dúvidas sobre os números para o défice orçamental de 2007



Com Santana Lopes, Sócrates vai ter um interlocutor no Parlamento do seu nível político e intelectual

Cheia e em cheio!

Foi uma quinzena cheia e uma quinzena em cheio!

Dificilmente poderíamos pensar noutra que tanta influência terá nas nossas vidas, no curto e no longo prazos.
Vejamos, então, os muitos eventos que deveriam merecer a nossa atenção, nem sempre pelas melhores razões.

Primeiro evento: o Tratado de Lisboa ficou para assinar já em Dezembro.

Foi Sócrates no seu melhor: o guião foi escrito pela presidência alemã e ele foi capaz de montar a peça. Era difícil, mas eu estava convicto de que, se o guião fosse bom, o sucesso estava assegurado. Curiosamente, para nosso orgulho, as três presidências portuguesas fizeram história:

na primeira assinou-se o Tratado de Maastricht;
na segunda, iniciou-se e concluiu-se a Agenda de Lisboa, cada vez mais o documento estratégico da UE;
na actual presidência finalizou-se o Tratado Reformador. Não haverá mais presidências portuguesas mas não vamos ficar mal na fotografia da história.

Já agora, que fique para memória futura que não defendo o referendo do Tratado Reformador. Aliás, não gosto de referendos nos moldes em que estão previstos no caso português. Os referendos devem ser claros quanto à alternativa.

Ou seja, se quiséssemos referendar este tratado e ele fosse recusado, qual era a alternativa: saíamos da UE? Ficaria apenas o tratado chumbado? E porquê? Nada disto seria claro e nada pior que fazer uma pergunta em referendo cujas consequências não são claras no caso de vencer o "não". Os referendos são para escolher entre alternativas e entre caminhos claros, não para dizer sim ou não a uma lei ou a um tratado.

Segundo evento: foram apresentadas as contas públicas.

Não deixo de assinalar que pensava ser quase impossível cumprir o objectivo para o défice sem a reforma da administração pública. Mas enganei-me. Apesar de a reforma da administração pública ter ficado pelas leis, o objectivo foi cumprido.

As receitas dos impostos superaram as expectativas, o PIB foi revisto em alta, o investimento público foi cortado e o resultado foram os mágicos 3 por cento. Fica, no entanto, este resultado envolto em mistério, como tudo o que é mágico.

O INE põe cá fora três versões do relatório de défices excessivos no espaço de poucas semanas. E o INE viu-se obrigado (e bem), na última versão, a reafirmar aquilo que apenas os entendidos sabem: as contas do ano corrente - ou seja, 2007 - são da responsabilidade exclusiva do Ministério das Finanças.

Primeiro corrigiram-se (ou reclassificaram-se) os valores do investimento público, deixa de cair em relação a 2006 em termos reais, embora continue a cair em percentagem do PIB.

Depois corrige-se o valor do PIB e a 16 de Outubro o défice passa de 3,3 por cento para 3 por cento.

Porquê tudo isto? Ninguém sabe! Para poucas semanas, são trabalhos a mais nesta empreitada.

Curiosamente, estas interrogações (penso que legítimas) não levaram Manuela Ferreira Leite (M.F.L.) a pedir esclarecimentos.

No congresso do PSD - terceiro evento -, M.F.L. resolveu discutir o orçamento (ou a estimativa do défice) de 2005! Se vamos discutir o passado, falemos de 2004, que, apesar dos truques contabilísticos e da subida do PIB, ficou em 3,4 por cento e, sem aqueles, passa em muito os 5 por cento.

E a célebre operação de M.F.L. de titularização dos créditos fiscais, em 2003, apesar de todos os esforços de quatro ministros das Finanças de Portugal, apenas recentemente foi aprovada pelo Eurostat.

E logo que (finalmente) aprovada, o Eurostat fez questão em proibir, para todos os países e daqui para a frente, todas as operações daquela natureza! Entendido?

Quanto ao congresso, ficaram claras para mim duas coisas.

Primeira, que Santana Lopes ganhou e (quase) sem falar, como eu tive a oportunidade de referir a propósito de outros assuntos; segunda, que Sócrates vai ter um interlocutor no Parlamento do seu nível político e intelectual.

O caso do BCP é o quarto evento da quinzena.

No dia seguinte à saída da minha última coluna, onde defendia a banca dos ataques populistas, cai a bomba de que todos têm conhecimento. Os detalhes estão por conhecer, mas fica certo que os ataques populistas já recomeçaram, agora revitalizados pelas notícias do BCP.

Fiquei perplexo, no entanto não retiro uma linha do que defendi. Mas convém que leiam tudo e não vale a pena malharem sem citar apropriadamente.

A reputação do sistema ficou abalada, sem dúvida, e é da confiança do público que vive o sistema financeiro. Volto a reafirmar a minha convicção de que não há assunto da banca que se resolva na praça pública. E, note-se, isto não é uma crítica à imprensa.

Os últimos eventos a referir são, possivelmente a prazo, os mais directamente relevantes para a nossa vida do dia-a-dia. Falo do acordo da flexigurança e do caso das escutas.

O primeiro destes é apenas para o assinalar e desejar que seja desta que se inicia a flexibilização do mercado de trabalho sem pôr em causa a qualidade de vida dos europeus.

As escutas telefónicas são um problema gravíssimo. Elas põem em causa a nossa intimidade e, como tal, a nossa liberdade. O problema é de uma dimensão terceiro-mundista e que faz levantar os maiores receios tanto no presente como no futuro não muito longínquo.

A finalizar assinale-se que os Fedorentos estão de volta e isso é, em si, uma alegria. Mas atenção pretores e censores: o ridículo mata.

No entanto, não é preciso escutas, basta ligar a televisão aos domingos à noite.

Luís Campos e Cunha - Professor universitário
Publico (26-10-2007)
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MensagemAssunto: Re: Campos e Cunha compara Sócrates a Santana   Campos e Cunha compara Sócrates a Santana EmptySex Out 26, 2007 1:29 pm

PS+PSD= LIXO !!!
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