Novos assadores de castanhas defendem a higiene com inox
Quentes, boas e assépticas. Ou quase.
Lisboa está pejada de uma nova "frota" de assadores de castanhas.
Os modernos carrinhos são quase todos em aço inoxidável, por uma questão de higiene, mas - garantem os vendedores - não alteram o resultado final.
Apesar de ter sido noticiado que a mudança se deve a uma imposição da Divisão de Gestão de Feiras, Venda Ambulante e Comércio Não Sedentário, o DN apurou junto de fonte municipal que a iniciativa partiu da associação que representa os vendedores de castanhas.
"Foi há dois anos que os próprios vendedores manifestaram à câmara a vontade de mudar os carrinhos e foram também eles que propuseram o inox, porque é um material mais higiénico", disse-nos.
Sobre o boom do assadores em inox, a mesma fonte explica que "só se notou este ano, porque os vendedores que não tinham os carros assim perceberam que os outros estavam a vender mais e que os clientes também preferem as novas embalagens".
Para quem compra as castanhas, a maior mudança está mesmo na "embalagem". Acabou a tradição das folhas em cone das Páginas Amarelas, que são substituídas por um pacote com duas divisões: uma onde vem a dúzia (ou apenas meia-dúzia) de castanhas assadas, outra que serve para as cascas das castanhas, para no fim colocar tudo junto no lixo.
O abandono das Páginas Amarelas deve-se também a uma questão de higiene, já que agora são usados sacos produzidos para o efeito, que são melhor armazenados e não têm as tintas das listas telefónicas. Mas os novos sacos apelam ao consumo das castanhas assadas: "mantenha a tradição", referem. Do outro lado sugerem que vêm quentes, "a estalar vindas da brasa". Por fim, o apelo ambientalista: "preserve o ambiente".
A mesma fonte camarária referiu ainda que a autarquia só "inspecciona o carrinho e aqui a novidade é o selo lacrado. Porque com os outros, os fiscais depois viam que havia assadores que eram mexidos e assim fica garantido que está tudo bem".
António Rodrigues é vendedor de castanhas há 32 anos e há três semanas que têm o seu novo assador no Marquês de Pombal, em Lisboa. "Acha bem" que tenham surgido os novos assadores, mas lamenta o investimento a que foi obrigado: "o carrinho novo foram cerca de 2500 euros", diz.
A isto, acrescem as despesas com a licença de venda ambulante, "cerca de 500 euros, para seis meses", mais outros 100 euros para as novas embalagens e as castanhas e o carvão. Mas o vendedor vê vantagens no novo "veículo": "com isto basta passar um pano e está limpo. O antigo era mais difícil e tinha que ser pintado todos os anos".
Os clientes têm recebido bem a novidade. "Acham bem, esta mudança", garante António Rodrigues. "Ainda assim, muito dizem 'tiraram-nos as Páginas Amarelas'. Têm saudades", refere. O vendedor anseia agora que o tempo mude. "O que é preciso é que venha o frio, para começarem a sair. Num dia bom, é capaz de vender "entre dez a 12 quilos de castanhas. Mas num dia fraco, às vezes nem cinco quilos". Apesar do investimento, preço é o mesmo do ano passado: dois euros a dúzia.
DN (27-10-2007)
Ahhhhh mas já não é a mesma coisa....
Aquela sujidade dos assadores de castanhas é uma marca de referência.
Não acham ?
Nota - Não consegui obter a foto que vem junto à notícia, no DN.
Se alguém conseguir .... é fixe !