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 Aquilino Ribeiro: Escritor é hoje trasladado para o Panteão

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MensagemAssunto: Aquilino Ribeiro: Escritor é hoje trasladado para o Panteão   Aquilino Ribeiro: Escritor é hoje trasladado para o Panteão EmptyQua Set 19, 2007 3:47 am

O escritor Aquilino Ribeiro é hoje trasladado para o Panteão Nacional, com honras de Estado, tornando-se o décimo português a ser aí sepultado, junto de três escritores, quatro Presidentes da República, um general e uma fadista.

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MensagemAssunto: Re: Aquilino Ribeiro: Escritor é hoje trasladado para o Panteão   Aquilino Ribeiro: Escritor é hoje trasladado para o Panteão EmptyQua Set 19, 2007 7:28 am

O Presidente da República classificou Aquilino Ribeiro como «um dos grandes prosadores da literatura portuguesa do séc. XX» no discurso que fez na cerimónia de trasladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional.

Na sua intervenção, Cavaco Silva destacou os «ambientes e paisagens» descritos pelo escritor, «mas acima de tudo captou aquilo que de mais singular e profundo existe no género humano nas suas grandezas como nas suas fraquezas».

O chefe de Estado considerou mesmo que esta homenagem feita a Aquilino «é um acto de homenagem à cultura portuguesa» e destacou na obra do escritor «os seus arcaísmos e regionalismos, porque nos revemos neles».

«Apesar do decurso do tempo, continuamos a encontrar o homem português em cada página dos grandes livros do Mestre Aquilino. No fundo, porque ainda nos encontramos a nós próprios em obras imortais como 'A Grande Casa de Romarigães' ou 'Quando os Lobos Uivam'», acrescentou Cavaco.

O Presidente da República lembrou ainda que a obra do escritor «retrata o mundo rural português de uma forma ímpar», que continua actual, «mesmo que desse mundo apenas restem escassos vestígios».

Presente também nesta cerimónia esteve o presidente da Assembleia da República que considerou que não só a obra, mas também o percurso político de Aquilino «teve por divisa a frase lapidar 'Alcança quem não cansa'».

"Quem não cansa contra a censura, a prisão, a demissão, o exílio, as campanhas de denegrimento, as escolas da moda, o analfabetismo endémico das pseudo elites, a subtileza do esquecimento", afirmou Jaime Gama.

Ao jornalista António Valdemar coube a honra de fazer o elogio fúnebre, com este membro da classe de Letras da Academia de Ciências a recordou a luta de Aquilino «pela restituição da democracia e contra todas as formas de sujeição».

«O combate frontal à opressão política e às desigualdades sociais valeram-lhe a prisão, o exílio, a demissão da função pública, enxovalhos parlamentares, vexames em jornais sem que pudesse exercer o direito de resposta», recordou.

Esta cerimónia, em que também estiveram presentes o primeiro-ministro José Sócrates, a ministra da Cultura Isabel Pires de Lima, e o filho do escritor Aquilino Ribeiro Machado, ficou ainda marcada pela leitura de excertos de «O Malhadinhas» feita pelo actor Ruy de Carvalho.

Com esta trasladação, o escritor, falecido em 1963, e que lutou contra três ditaduras, a de João Franco, a de Sidónio Pais e a de Salazar, juntou-se a outras nove personalidades cujos restos mortais já repousavam no Panteão Nacional.

Neste Panteão, estão depositados os restos mortais dos escritores João de Deus, Almeida Garrett e Guerra Junqueiro, dos Presidentes da República Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona, bem como os de Humberto Delgado e Amália Rodrigues.


http://tsf.pt/online/ocios/interior.asp?id_artigo=TSF183656
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