Bin Laden promete vingança contra presidente paquistanês
DUBAI, Emirados Árabes Unidos (Reuters) - O líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, prometeu lançar uma retaliação contra o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, devido à morte de um clérigo rebelde e à invasão de uma mesquita em julho, afirmaram sites norte-americanos na quinta-feira.
"Nós da organização Al Qaeda convocamos Deus como testemunha da promessa de que vamos retaliar pelo sangue de Abdul Rashid Ghazi e dos que estavam ao lado dele contra Musharraf e dos que o ajudaram, e por todo o sangue puro e inocente derramado", afirmou Bin Laden, segundo o site lauramansfield.com.
Ao menos 75 seguidores de Ghazi foram mortos na invasão da Lal Masjid, um complexo no qual havia uma mesquita e uma escola. O grupo mostrava-se simpático ao Taliban, organização derrubada do poder no Afeganistão durante uma invasão liderada pelos EUA.
"Então Pervez, seus ministros, seus soldados e aqueles que o ajudam são todos cúmplices no derramamento do sangue dos muçulmanos que foram mortos", disse Bin Laden, segundo um outro site dos Estados Unidos, siteinstitute.org.
A autenticidade das mensagens não pôde ser verificada imediatamente, mas um site ligado à Al Qaeda divulgou mais cedo que uma gravação de Bin Laden seria publicada com declarações de guerra contra Musharraf e o Exército paquistanês.
Horas antes, em uma gravação de vídeo, o segundo homem na cadeia de comando da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, convocou os muçulmanos a lutarem contra os norte-americanos e os aliados deles em todo o mundo e elogiou as operações de militantes islâmicos.
Na gravação, feita para celebrar o sexto aniversário dos ataques de 11 de Setembro, Zawahri afirma: "Levante-se sob a bandeira vitoriosa do Profeta, ó nação do Islã, e lute contra a bandeira cruzada de Bush (George W. Bush, presidente dos EUA)."
O vídeo de quinta-feira foi o terceiro com uma figura importante da Al Qaeda a ser divulgado pelo braço midiático do grupo, o As-Sahab, neste mês a fim de lembrar os ataques de 2001 contra Nova York e Washington. Naquelas ações, morreram quase 3.000 pessoas.
Bin Laden apareceu em um vídeo no dia 7 de setembro, afirmando que os EUA, apesar de seu poderio, continuavam vulneráveis e que apenas a conversão dos norte-americanos ao Islã colocaria fim ao conflito.
Em uma gravação de áudio surgida no dia 11 de Setembro, Bin Laden elogiou os que descreveu como os "19 heróis" que realizaram os ataques de 11 de Setembro e louvou um dos participantes, que apresentou na gravação seu testamento.
Bin Laden e Zawahri estariam escondidos em uma área da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, um terreno montanhoso e de difícil acesso descrito pelos serviços de inteligência norte-americanos como um reduto para a Al Qaeda e o Taliban, aliado dela.
Reuters (20-09-2007)