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 Os problemas com o Judaísmo

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Vitor mango

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MensagemAssunto: Os problemas com o Judaísmo   Os problemas com o Judaísmo EmptySeg Set 24, 2007 12:41 pm

novembro 14, 2003
ESCREVENDO SOBRE OS JUDEUS E ... ISRAEL. Opinião

Continuando a dar sequência ao que nos propusemos fazer no post de 23 de Outubro intitulado A QUESTÃO JUDAICA. Nota, editamos um texto de Esther Mucznik, saído hoje no jornal Público, intitulado "Amor e ódio" (Espaço Público, p. Cool.

Destaque:

"O conflito israelo-palestiniano tem de ser resolvido urgentemente, não porque constitua a maior ameaça à paz mundial, mas para acabar com o sofrimento palestiniano e isrealita. E, também, para deixar de servir de álibi ao terrorismo."

AMOR E ÓDIO

Nos anos que precederam e atravessaram a Segunda Grande Guerra, lia-se nos muros da Alemanha e da Europa a seguinte inscrição. "Judeus para a Palestina!", o que naquele momento exacto significava judeus para fora da Europa. Actualmente, nos mesmos muros, pode ler-se: "Judeus fora da Palestina!" Amarga ironia da história...
Na realidade, a relação da Europa com os judeus foi sempre uma relação complexa, dolorosa a maioria do tempo: não vale a pena evocar aqui, em detalhe, as sucessivas expulsões de Inglaterra, de França, da Alemanha, de Itália, de Espanha, de Portugal; as inquisições, os vexames, as perseguições, porque a lista é demasiado longa. Mas também se pode falar numa convivência e simbiose na cultura e no pensamento, nas artes e na espiritualidade: também aqui, felizmente, é longa a lista dos movimentos, dos homens e mulheres que fizeram e marcaram a história e a cultura europeia e ocidental. Correndo o risco de cair numa interpretação freudiana primária, diria que tem sido uma relação de amor-ódio, embora no cômputo geral o ódio tenha sido muito maior que os momentos de amor. E quando falo disto não me refiro apenas a um passado distante: estou a falar ainda no presente. A ambivalência dos sentimentos europeus em relação aos judeus continua a existir e manifestou-se claramente nos resultados da última sondagem da União Europeia, que tanto embaraço e mal-estar tem causado nos meios políticos e diplomáticos europeus.
Durante a Segunda Guerra, dois terços do judaísmo europeu desapareceram nos fornos crematórios e com ele toda uma cultura velha de mil anos, a cultura "ashkenaze", do judaísmo da Europa Central. Foi com os farrapos dessa cultura e mais tarde com os refugiados judeus dos países árabes que se constituiu, por decisão das Nações Unidas, o Estado de Israel, cuja única força era a determinação de continuar a viver.
Mas a constituição do Estado de Isreal não libertou a Europa do sentimento de culpabilidade. Como disse uma vez um oficial alemão a um judeu: "Não deixaremos nunca de vos odiar por nos terem obrigado a fazer isto." Não posso deixar de pensar que é muitas vezes esta relação intensa e profundamente ambivalente que explica em parte a permanente mediatização de Isreal e do conflito israelo-palestiniano.
Contrariamente ao que diz Miguel Sousa Tavares, nada é "natural e lógico" nesta sondagem europeia. Em primeiro lugar, porque não é preciso ser sociólogo para saber que a resposta está sempre na pergunta e ao colocar Isreal, como país, na lista das nações mais perigosas do mundo, está de facto a induzir a confirmação da culpabilidade exclusiva de Isreal no conflito israelo-palestiniano.
Em segundo lugar, nada é menos "lógico" do que considerar Isreal a principal ameaça mundial, como 59 por cento dos europeus inquiridos assim o fizeram. O único país democrático da região seria, assim, mais perigoso do que a Coreia do Norte, o Irão, a Síria, ou a Arábia Saudita, países dominados por ditaduras, que reprimem a ferro e fogo os seus cidadãos e que só surgem como mais pacíficos do que Isreal devido à censura férrea que nada deixa transparecer? O país que aceita trocar mais de 400 prisioneiros árabes por uma única vida e três cadáveres será mais perigoso do que aqueles que fomentam e albergam redes de terror cujo objectivo é apenas a destruição do maior número possível de vidas sejam elas "fiéis ou infiéis"? O único exército do mundo que possui um código de conduta ética, do qual participa um filósofo, e cuja regra central é poupar o maior número possível de vidas inocentes será mais perigoso do que as armas de destruição maciça nas mãos de países como a Coreia do Norte ou o Irão "experts" na arte de dissimulação dos seus arsenais bélicos? E se houver uma terceira guerra mundial ela surgirá por causa de Israel, como profetiza Miguel Sousa Tavares, ou por causa do terrorismo internacional, cujo objectivo é, como não pára de afirmar Bin Laden, continuar o combate iniciado no século VII, pela denominação religiosa do mundo?
Israel não está acima da crítica e pode-se legitimamente discordar da sua política. Mas alguém de boa-fé acredita que uma vez Isreal em paz com os seus vizinhos ou, na pior das hipóteses, se desaparecer do mapa, o combate do fundamentalismo contra a liberdade, nomeadamente a liberdade das mulheres e a democracia, desaparecerá?
O conflito israelo-palestiniano tem de ser resolvido urgentemente, não porque constitua a maior ameaça à paz mundial, mas para acabar com o sofrimento palestiniano e israelita. E, também, para deixar de servir de álibi ao terrorismo e de bode expiatório à tragédia humana causada pela miséria económica e repressão política que sofrem muitos países muçulmanos.
Hipocritamente, a Comissão Europeia procurou distanciar-se dos resultados e até do próprio inquérito. Mas estes são apenas a consequência da política de dois pesos e duas medidas características da UE e de uma intensa campanha de opinião pública de diabolização de Israel, endossando a este todas as culpas do conflito. O resultado deste inquérito não é mais do que o fruto da semente que há décadas é plantado pela União Europeia. E que é facilitado pelo jogo aberto da vida da política em Israel, onde qualquer abuso cometido pelo Governo, o exército, os colonos ou seja quem for, é imediatamente e talvez mais do que em qualquer outro país tornado público.
Alguns comentadores têm afirmado que a política israelita fomenta o anti-semitismo e é a responsável pelas numerosas agressões verbais e materiais a pessoas, sinagogas e cemitérios judaicos, na Europa e em particular em França. Assim, Israel seria uma ameaça não só à paz mundial, mas ainda por cima também responsável pelo anti-semitismo, não só nos países árabes, mas também na própria Europa. Tão fácil e tão cómodo! Só que estes comentadores esquecem que nada, absolutamente nada, justifica qualquer tipo de antijudaísmo, seja ele em nome do povo palestiniano ou de qualquer outra razão. Basta andar pelas ruas de Paris para ver o resultado desta política: nas mesquitas, nomeadamente na grande mesquita central, entra-se normalmente, paga-se o bilhete de entrada, visita-se naturalmente. Ainda bem! Em contrapartida, as sinagogas parecem fortalezas sitiadas. Paranóia ou simplesmente consciência do perigo?
Como acima referi, a paz é urgente. Tal como é urgente uma mudança na política europeia relativamente a Israel. Para que possa finalmente contribuir para a paz no Médio Oriente, mas também no seu próprio espaço.
Publicado por sandra em novembro 14, 2003 07:13 PM
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