Crédito ao consumo uniformizado na Europa
Os europeus vão poder recorrer ao crédito para comprar carro ou financiar férias em qualquer banco de qualquer país europeu.
Luísa Meireles
17:42 | Quarta-feira, 16 de Jan de 2008
Consumo Meglena Kuneva
Luís Faustino
Comissária Europeia do Consumo Meglena Kuneva
Os europeus poderão a partir do próximo ano recorrer ao crédito ao consumo para comprar carro ou financiar as suas férias em qualquer banco de qualquer país europeu, beneficiando das mesmas regras, de acordo com uma directiva proposta pela Comissão aprovada hoje por maioria absoluta no Parlamento Europeu.
A directiva, defendida pela comissária do Consumo, Meglena Kuneva, determina que as informações sobre o crédito passarão a ser iguais em todos os 27 Estados-membros e elaboradas de um modo curto e legível para o cidadão e que a metodologia para estabelecer as taxas de juro terão que ser idênticas.
A directiva permite além do mais que o consumidor possa desistir do contrato no prazo de 40 dias e pagar antecipadamente mediante uma compensação que não pode exceder 1% do crédito remanescente.
Ao Expresso, a comissária afirmou que esta "foi uma vitória para os consumidores europeus". E sublinhou: "Isto significa que a política do consumidor faz realmente parte da agenda. Se pedimos aos cidadãos que apoiem a grande ideia europeia, precisamos de ter este tipo de 'política de retorno', de outro modo eles perguntam-nos: o que fizeram vocês por nós?"
"Agora, os consumidores vão poder comparar e os bancos sofrerão a pressão dos seus mercados", afirmou Kuneva. "Se, por exemplo, em Portugal essas taxas forem muito altas, poderemos ver porquê. O consumidor português terá a oportunidade de comparar a oferta entre Portugal e Espanha, por exemplo, e fazer a sua escolha".
O mercado do crédito aos consumidores representa cerca de 800 mil milhões de euros, mas encontra-se largamente fragmentado entre os 27 mercados nacionais. Além disso, apresenta grandes disparidades entre as taxas médias de crédito, desde pouco mais de 6% na Finlândia (o mais barato), até mais de 12% em Portugal, que é o mais caro.