AR: CDS quer ouvir Bastonário Advogados sobre acusações de corrupção
O CDS-PP vai requerer a audição parlamentar do Bastonário da Ordem dos Advogados para Marinho Pinto concretizar as "gravíssimas" declarações onde diz que há pessoas com cargos de relevo no Estado que comentem crimes impunemente.
Em declarações à Lusa, o deputado do CDS-PP Nuno Melo adiantou que o requerimento para Marinho Pinto ser ouvido na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias dará entrada na Assembleia da República até segunda-feira.
"Hoje, o Dr. Marinho Pinto não é apenas um advogado que faz declarações polémicas, é o Bastonário da Ordem que representa todos os advogados. Não pode, por isso, fazer declarações de tamanha gravidade de forma genérica, sem criar suspeições", afirmou o deputado do CDS-PP.
Em entrevista à Antena 1, o Bastonário da Ordem dos Advogados revelou que há pessoas com cargos de relevo no Estado português que cometem crimes impunemente, e que em breve poderá avançar com casos concretos.
Marinho Pinto afirmou que "existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos de lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado Português".
Ainda segundo o Bastonário da Ordem dos Advogados, "o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal".
"O Bastonário da Ordem dos Advogados não pode fazer estas declarações sem precisar a quem se está a referir, que cargos ocupam e que crimes cometeram", defendeu o deputado do CDS-PP, salientando que os advogados são "um dos pilares da Justiça, tal como o Ministério Público ou os magistrados judiciais".
Nuno Melo adiantou ainda que o CDS-PP vai apresentar o requerimento a pedir a audição de Marinho Pinto no Parlamento "por uma razão de coerência", já que também foram os democratas-cristãos que solicitaram a ida do Procurador-Geral da República ao Parlamento quando Pinto Monteiro fez declarações sobre escutas telefónicas.