UNESCO vai reconstruir santuário de Samarra
Na madrugada de 22 de Fevereiro de 2006, duas explosões destruíram parte do mausoléu de Al-Askari, em Samarra, 95 quilómetros a norte de Bagdad. O ataque, atribuído à Al-Qaeda, destruiu por completo a cúpula dourada de um dos locais mais santos para os muçulmanos xiitas e deu início a uma espiral de violência sectária.
Agora, a UNESCO, em parceria com o Governo iraquiano, decidiu reconstruir o santuário. Os trabalhos começam já no final do Ramadão, em meados de Outubro.
O projecto de reconstrução vai custar 16 milhões de euros. A União Europeia irá contribuir com oito milhões, a UNESCO com cinco milhões, e os restantes três milhões serão pagos pelo Executivo iraquiano.
"A primeira fase da restauração do mausoléu de Al-Askari está prestes a começar. Já demos início aos preparativos para iniciar os trabalhos depois do Ramadão", disse à BBC Haqi al-Hakim, conselheiro do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki. O projecto foi entregue pela UNESCO e por Bagdad a uma empresa de construção turca e deverá ser demorado: só a remoção dos destroços deverá levar dez meses.
Construído nos séculos X e XI, mas sujeito a várias remodelações, a última das quais ocorreu em 1905, o santuário de Samarra recebe os túmulos dos 10.º e 11.º imãs xiitas. Além disso, estes acreditam que terá servido de refúgio a Mahdi, o imã escondido, que os xiitas acreditam não estar morto e cujo regresso esperam.
Este local sagrado foi atacado uma primeira vez em Fevereiro de 2006. As duas explosões, que destruíram a cúpula dourada do santuário, estiveram na origem de uma onda de violência sectária na região, que fez centenas de milhares de mortos. O mausoléu de Al-Askari voltou a ser alvo dos rebeldes sunitas a 13 de Junho úlimo. Desta vez, as explosões destruíram os minaretes do santuário.
DN (01-10-2007)