BAMA É O CANDIDATO DOS NOSSOS TINTOS
Ferreira Fernandes Nos EUA, a lista de vinhos alinha-se pelas castas:
cabernet,
syrah,
merlot... Ou se é de uma ou de outra. Os americanos, em vinho, são pelas decisões simples. Como os mestres-de-obras portugueses são
Mercedes ou
Audi. Com o simplismo, os ianques escondem a ignorância, dizem--se do clube
syrahcomo se é dos Red Sox desde pequenino. A monocasta tranquiliza-os num
domínio que eles, lá no fundo, sabem que só conhecem pela rama. Isso é
mau para os nossos vinhos, que quando são
cabernet são também
trincadeira ou rabo-de-ovelha ou periquita. Vinhos portugueses são
mestiços e nas listas dos restaurantes estão sob o título "Intriguing
wines" (vinhos esquizóides)... Só a mudança na América, tornando moda
as misturas, nos salva. Só ela daria a ideia de que um vinho bom,
mesmo, é quando junta uma casta do Kansas
(merlot) e outra do
Quénia (mourisco). Obama eleito ajudava a vender os nossos tintos.
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