Mulher morta à bomba num centro comercial
DAVID BUIMOVITCH/afp
Um dos kamikazes foi abatido a tiro antes de detonar as bombas
Está por esclarecer se o bombista que ontem perpetrou um ataque suicida no Sul de Israel, provocando a morte de uma mulher, saiu de Gaza e entrou no Estado judaico a partir do Egipto. Seja como for, o atentado foi reivindicado não pelo Hamas mas pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupo armado ligado à Fatah, partido que actualmente é interlocutor no processo de paz, enquanto maior formação da Organização de Libertação da Palestina.
O atentado ocorreu perto das 10.30, hora local, num centro comercial da cidade de Dimona, cidade de 40 mil habitantes no deserto do Neguev. Havia dois bombistas-suicidas envolvidos, mas apenas um conseguiu detonar o cinturão de explosivos que transportava. O outro também morreu, mas abatido a tiro por agentes policiais, que conseguiram desactivar o engenho explosivo.
De acordo com o grupo terrorista envolvido, o atentado foi preparado com a colaboração de dois outros grupos armados. Embora notícias dêem conta de que os terroristas terão chegado a Israel pela península do Sinai (território egípcio que foi ocupado por Israel e devolvido no âmbito dos acordos de Camp David, em 1979), o encapuzado que ontem deu uma conferência de Imprensa, na cidade de Gaza, garantiu que os bombistas passaram a Israel directamente, declaração que poderá ser apenas um gesto de desafio ao controlo da fronteira pelas tropas israelitas. O Hamas também comentou o atentado, classificando-o de "acto heróico".
A possibilidade de os suicidas terem passado pelo Egipto é, todavia, muito sólida, atendendo ao contexto de confusão que persiste na fronteira meridional da Faixa de Gaza centenas de milhares de palestinianos têm entrado no Egipto, usando as brechas abertas à bomba por islamistas na barreira fronteiriça, não sendo possível qualquer tipo de controlo fiável e tornando fácil o trânsito de bombistas pelo deserto, apesar de o patrulhamento israelita estar reforçado.
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, falou à Imprensa frente ao edifício da Knesset (o Parlamento), em Jerusalém, considerando que está em curso uma guerra no Sul do país e garantindo que a ameaça terrorista "será esmagada"