Trichet manifesta confiança na solidez das economia da Zona Euro
11.02.2008 - 15h49
Por Lusa
Francois Lenoir/Reuters (arquivo)
Trichet admitiu que existe "um nível invulgarmente elevado de incertezas, que se explica em grande parte pelas turbulências nos mercados financeiros"
O presidente do Banco Central Europeu (BCE) e o governador do Bundesbank manifestaram-se confiantes na solidez da economia europeia, segundo entrevistas hoje publicadas, que deixam antever que uma redução das taxas de juro pode não estar no horizonte na Zona Euro.
"Os fundamentos estão saudáveis e pensamos que temos uma fase de crescimento que é significativa", sublinha Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, numa entrevista a quatro medias japoneses: a agência de imprensa japonesa "Kyodo News", os diários "Nikkei" e "Yomiuri Shimbun" e a radiotelevisão Nippon Hoso Kyokai. O texto da entrevista foi publicada no sítio do BCE.
No entanto, existe "um nível invulgarmente elevado de incertezas, que se explica em grande parte pelas turbulências nos mercados financeiros", prossegue Trichet, reafirmando as preocupações manifestadas no final da reunião do conselho dos governadores do BCE. A instituição decidira então manter a sua principal taxa directora em quatro por cento.
Quanto à evolução futura das taxas de juro, Trichet fez questão de sublinhar não ter havido neste conselho apelos para um aumento, nem para uma baixa das taxas de juro.
Também não houve discussões informais a respeito de uma baixa das taxas, contrariamente ao que especularam alguns observadores. "seria uma falsa interpretação", disse Trichet.
Sobre os mesmo tema, o governador do Bundesbank (o banco central alemão) e membro do conselho dos governadores do BCE, Alex Weber, declarou que a sua interpretação era "diferente" da de certos analistas.
"Não há nenhum sinal de flexibilização do conselho dos governadores do BCE no que respeito ao nível dos preços", disse, uma forma de advogar uma política de taxas estrita. Weber "vê como antes evoluções a levar a sério sobre a inflação que nos preocupam".
"Pode haver reflexos da crise financeira sobre a economia real. Mas não acredito que isto acontece na Alemanha ou na Zona Euro", explicou Axel Weber ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, uma outra maneiro de arrefecer as expectativas de uma redução do custo do crédito do BCE.
Para a Alemanha, admitiu "um certo abrandamento", mas assegurou "não ver chegar nenhum desmoronamento".