Papa antecipa beatificação da irmã Lúcia
Excepção só foi concedida a Madre Teresa e ao Papa João Paulo II
É a terceira excepção no Direito Canónico na História da Igreja Católica. Ontem, três anos após a morte da irmã Lúcia, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, D. José Saraiva Martins, que esteve no Carmelo de Santa Teresa (Coimbra), anunciou a antecipação do processo de beatificação e canonização da vidente de Fátima. Após os casos excepcionais da Madre Teresa de Calcutá e de João Paulo II, a Diocese de Coimbra já pode enviar a documentação ao Vaticano para que Lúcia de Jesus chegue aos altares do mundo.
O Papa Bento XVI "anuiu imediatamente" com o parecer positivo assinado por D. Saraiva Martins, que criava uma excepção nas normas jurídicas destes casos, disse ontem ao DN, o próprio cardeal. Momentos antes, aquando da bênção final da eucaristia, D. José Saraiva Martins, ouviu uma forte ovação pelas centenas de fiéis que assistiram à missa: "Tendo em conta numerosos pedidos, vindos de todo o mundo, foi concedida a antecipação de dois anos, pedida por D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, permitindo assim que a beatificação e canonização da Irmã Lúcia, possa começar quanto antes". Ecoaram as palmas na pequena Igreja do Carmelo. Muitos crentes choraram. Da-da a notícia, o Cardeal leu o decreto que exara as "peculiares circunstâncias" que levaram o Papa Bento XVI, em audiência particular concedida ao cardeal português, a 17 de Dezembro, a aceitar o pedido "de dispensa de esperar por mais dois anos".
"Foi tudo muito bem estudado com o Santo Padre, e no fim ele pediu o meu parecer definitivo e eu fui totalmente favorável", disse o cardeal, que conheceu Lúcia de Jesus dos Santos, falecida a 13 de Fevereiro de 2005, com 97 anos.
dn