Novo preço recorde
Nova Iorque, 20 Fev (Lusa) - O petróleo voltou hoje a atingir um novo recorde histórico em Nova Iorque, ao atingir os 101,32 dólares o barril, como consequência de uma sucessão de acontecimentos mas sobretudo de especulação em torno das matérias-primas.
O barril de "light sweet crude" para entrega em Março, que tinha hoje o seu último dia de cotação, terminou nos 100,74 dólares, registando uma subida de 73 cêntimos de dólar face a terça-feira.
Já em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em Abril terminou o dia nos 98,46 dólares, ou seja, a perder 14 cêntimos de dólar face ao dia anterior.
Num contexto em que interferem a saúde económica dos Estados Unidos e as implicações de uma contracção internacional no consumo de hidrocarbonetos, o barril de petróleo registou, em nove sessões, uma subida de mais de 13 dólares em Nova Iorque e 11 dólares em Londres.
Após esta escalada, o barril de petróleo inscreveu dois recordes históricos em Nova Iorque: 100,10 dólares na terça-feira e 101,32 dólares hoje.
O aumento dos preços "mostra, uma vez mais, quanto os preços do petróleo são vulneráveis às condições de oferta e às tensões geopolíticas", sublinharam analistas da casa de corretagem Sucden.
Entre as causas que influenciaram a subida do preço do petróleo estão o braço-de-ferro entre o presidente venezuelano e a empresa petrolífera Exxon, que levou Hugo Chavez a ameçar não fornecer nem mais "uma gota de petróleo" aos Estados Unidos.
A isso juntaram-se especulações sobre a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) - que pode reduzir a 5 de Março a sua produção para fazer face à uma baixa de pedidos - sabotagens a instalações petrolíferas na Nigéria (que é o principal produtor de petróleo africano) e uma explosão terça-feira numa refinaria no Texas que prepara 70 mil barris diários.
Como alguns analistas questionam o impacto de decisão de Hugo Chavez, uma vez que a Venezuela só fornece 10 por cento das importações norte-americanas, e uma baixa de produção da OPEP seria politicamente difícil com o barril a 100 dólares, há quem aponte o dedo aos especuladores.
"O petróleo juntou-se aos metais e às matérias-primas agrícolas numa corrida dos preços causada, sobretudo, pela especulação", afirmaram hoje analistas do banco Goldman Sachs.
HSF.
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