A história do Casino Lisboa parece

Saturday, March 01, 2008 10:00 AM


Era uma vez um casino


A história do Casino Lisboa parece retirad um livroa de de disparates.
O
local previsto de início era o Parque Mayer, segundo uma ideia de Pedro
Santana Lopes a que o arquitecto Frank Gehry daria corpo.
A
iniciativa era óptima, por três razões: resolvia o problema do Parque
Mayer, que está desoladoramente abandonado há décadas; trazia gente ao
centro de Lisboa, que fica deserto à noite; e inscrevia o nome de Gehry
no património da cidade, com o que isso representaria de promoção da
capital.
Levantou-se, porém, um coro de protestos, Sampaio chumbou a
proposta e o casino acabou por ser deslocalizado para o Parque das
Nações.A Estoril-Sol comprou então um edifício à Parque Expo,
fez as necessárias obras de adaptação por sua conta e o casino começou
a funcionar.
Mas o caso não estava encerrado.
Dois anos passados,
veio colocar-se um problema: o edifício deveria reverter para o Estado
ao fim de 20 anos, mas uma alteração legislativa ‘suspeita’ oferecera-o
definitivamente à Estoril-Sol.
Notícia para aqui, notícia para ali,
chega-se à conclusão de que o culpado fora o ministro Telmo Correia,
por ter feito um despacho que possibilitava essa alteração da lei.
Duas
semanas depois, contudo – e depois de Telmo ter sido criticado em toda
a parte e parodiado em vários programas humorísticos –, verificou-se
que não era bem assim.
Ele apenas teria aposto um ‘visto’ num
parecer da Inspecção-Geral de Jogos, cabendo a responsabilidade maior
ao Governo de Santana Lopes.Foi então a vez de Santana reagir, indignado.
E a verdade era mesmo outra.
E
absolutamente inesperada: o imbróglio resultara de um erro do
inspector-geral de Jogos, que se baseara numa lei que entretanto tinha
sido alterada.
Em entrevista ao SOL, Joaquim Caldeira – o dito
inspector – confessa: «Foi um lapso meu que criou todo este problema».
E explica que cortara um parágrafo do diploma onde se dizia preto no
branco que o edifício do casino não reverteria para o Estado no fim da
concessão, por pensar que essa referência era redundante. Só que a lei
em que se baseara (de 1989) tinha sido entretanto alterada.
O homem
adianta que o acordo com a Estoril-Sol foi estabelecido pelo ministro
José Luís Arnaut, no tempo do Governo de Durão Barroso.Tudo, portanto, mudou outra vez de figura.
E a questão que agora se coloca é outra: Arnaut negociou bem ou mal com a Estoril-Sol?
Aparentemente, não negociou mal.
Segundo ele próprio diz, a entrega da plena posse do imóvel à sociedade evitou ao Estado gastar dinheiro com ele.
Ora, para que iria o Estado enterrar dinheiro num edifício que daqui a 20 anos estará certamente obsoleto?
Argumenta-se
que a posse do edifício pela Estoril-Sol condicionará o concurso daqui
a duas décadas, visto que o jogo não poderá ser concessionado a outra
entidade.
É obviamente falacioso este argumento: se uma nova
entidade ganhar daqui a 20 anos a concessão do jogo, pode comprar outro
edifício e remodelá-lo, tal como a Estoril--Sol fez agora.Uma nota, para finalizar: compreende-se que o Bloco de Esquerda vocifere contra o casino.
É uma atitude natural contra o capital.
Mas percebe-se mal que certas pessoas entrem no coro.
Afinal, será melhor para o país Stanley Ho investir o dinheiro em Lisboa ou ir investi-lo em Andorra ou em Macau?
Mais
uma vez se verifica aquilo que repetidamente tenho escrito: o país
gosta de se entreter a falar de ninharias, talvez por se sentir já sem
forças para falar de coisas sérias.
Sobre este caso, basta
pensar no seguinte: que importância tem o valor do edifício do casino
ao pé dos milhões e milhões que o jogo rende todos os anos ao Estado?


Publicado
por
JAS
| 12 Comentário(s)

Os Portugueses, sao muito MESQUINHOS!!!