Israel diz que ataque não vai interromper negociação de paz
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Homem invadiu seminário e matou oito pessoas antes de ser morto |
O governo israelense afirmou que a morte de oito estudantes atacados por um palestino em um seminário judaico em Jerusalém,
nesta quinta-feira, não vai interromper as negociações de paz. Segundo
informações do governo israelense, o atacante palestino foi morto
depois de ter aberto fogo com um rifle AK-47 dentro da biblioteca no
seminário de Mercaz Harav, no oeste de Jerusalém, onde estavam cerca de
80 pessoas. Ele seria residente da área, conforme testemunhas.
Pelo menos
nove pessoas ficaram feridas no ataque. Segundo o canal de TV do grupo
libanês Hezbollah, um grupo até então desconhecido, autodenominado
Mártires de Imad Mughniyeh e Gaza, assumiu a autoria do ataque. Imad
Mughniyeh era um líder do Hezbollah, morto em um ataque com carro-bomba
em Damasco, na Síria, no dia 12 de fevereiro.
O Ministério de Relações Exteriores de Israel afirmou que as negociaçoes com o líder palestino, Mahmoud Abbas, que condenou
o ataque, vão continuar.
No entanto, Israel condenou o grupo palestino rival, Hamas, que considerou o ataque uma "reação natural" às ações militares
israelenses na Faixa de Gaza na semana passada, que deixaram mais de 120 palestinos mortos.
"Aqueles que celebram esses assassinatos mostraram ser inimigos não apenas de Israel, mas da paz e da reconciliação", disse
Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.
ONU O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque. O Conselho de Segurança, porém, não conseguiu chegar a um acordo
sobre uma declaração na noite de quina-feira.
Representantes
de diversos países, como a Líbia, queriam que o Conselho de Segurança
casasse qualquer condenação das mortes em Jerusalém com uma condenação
também contra Israel, por ter provocado a morte de um grande número de
civis, incluindo crianças, em Gaza.
O enviado russo, Vitaly Churkin, questionou o quão grave um ataque terrorista deve ser para merecer uma condenação específica,
sem entrar em toda a história do conflito entre israelenses e palestinos.
O
ataque é considerado o pior ocorrido em Jerusalém nos últimos anos.
Segundo o editor de Oriente Médio da BBC, Jeremy Bowen, a escola
religiosa pode ter sido escolhida como alvo por estar no centro do
movimento que prega a manutenção dos assentamentos israelenses na
Cisjordânia.
Muitos dos estudantes no seminário estão em cursos especiais que combinam estudos religiosos com serviço em unidades de combate
no Exército israelense, afirma Bowen.
Segundo Bowen, haverá uma resposta israelense a este ataque, e a questão é o quão severa esta resposta será