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 A inflação

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ronhas




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MensagemAssunto: A inflação   A inflação EmptySáb Mar 15, 2008 5:33 pm

O choque com o real

Embora continuemos a não ter uma explicação satisfatória da inflação, ela foi controlada praticamente em todo o mundo.

Teodora Cardoso

No último quartel do século XX operou-se na ciência económica uma mudança que iria estar na base do longo período de estabilidade e crescimento da economia mundial a que temos vindo a assistir. O seu ponto de partida foi a consciência de não nos ser possível conhecer as causas de fenómenos tão complexos como a inflação ou o crescimento económico. Tal não impedia, contudo, a teoria económica de os explorar, de forma científica, a partir de hipóteses muito simples quanto ao comportamento dos agentes e à natureza dos mercados por forma a obter resultados válidos para a condução da política económica e para a definição de estratégias de investimento financeiro. A política monetária e os mercados financeiros foram os domínios privilegiados de aplicação deste “novo paradigma”, tirando partido da disponibilidade de dados, do desenvolvimento dos computadores e da utilização de técnicas matemáticas cada vez mais sofisticadas.

Os resultados foram, como se viu, excelentes. Embora continuemos a não ter uma explicação satisfatória da inflação , ela foi controlada praticamente em todo o mundo. E embora permaneçamos incapazes de explicar o desenvolvimento, tal não impediu a economia mundial de crescer a um ritmo excepcional. Continuamos, no entanto, a ser meros aprendizes de feiticeiro e, não obstante o carácter aparentemente científico dos modelos económicos e financeiros, não sabemos o que fazer quando a realidade nos confronta com as consequências de um crescimento assente num consumo predador do ambiente e dos recursos naturais, baseado no endividamento possibilitado por modelos financeiros que, nas palavras de Avinash Persaud, descrevem com elegância um mundo que não existe e que finalmente entraram em choque com a realidade.

Esse choque está agora bem expresso na forma como os mercados passaram a reagir aos esforços estrénuos do Fed para repetir os golpes de magia de Greenspan. Já lá vai o tempo em que às descidas da taxa de intervenção do Fed correspondia o aumento de confiança dos mercados na economia americana, a subida do dólar, a descida das taxas de juro de longo prazo e um novo fôlego para o crescimento do crédito, da alavancagem e da “inovação” destinada a evadir as regras e os impostos, a que as autoridades fechavam sabiamente os olhos.

O que mudou? Para o perceber, temos de voltar ao velho paradigma e procurar compreender porque é que a inflação desceu, a produtividade subiu e de que modo as autoridades e os mercados financeiros funcionaram. A inflação é um ponto chave. Desceu graças à capacidade dos bancos centrais para a controlar ou isso deveu-se à entrada no mercado mundial de algumas centenas de milhões de trabalhadores com salários muito baixos, produzindo bens e serviços baratos e pressionando os salários nos países desenvolvidos? Não há dúvida de que se registaram importantes progressos em matéria de política monetária e orçamental. A questão está em saber até que ponto eles foram efémeros, devidos ao próprio crescimento e à globalização, e como vão lidar com a subida dos preços da energia e das matérias-primas e com a impossibilidade de continuar indefinidamente a fazer recair sobre os trabalhadores, tanto dos países desenvolvidos como dos emergentes, os custos dessa evolução.

A globalização deu um forte impulso ao crescimento, à produtividade e ao bem-estar dos países emergentes. Porém, a acumulação de reservas pala China fez-se graças a uma política económica que passou os seus custos para os trabalhadores, e o fluxo destes começa a abrandar. Além disso, por todo o mundo, o uso ineficiente dos recursos naturais está a produzir as inevitáveis consequências. Pensar que é possível voltar a controlar a inflação pelos métodos próprios dos bancos centrais, ignora esses factos e, portanto, o risco de uma recessão que nada tem a ver com os dois ou três trimestres para que continuam a apontar os técnicos das séries cronológicas. A saída rápida dessas recessões deveu-se ao consumo assente no endividamento e na “inovação” financeira e ao contributo chinês para a descida da inflação. Agora a inflação sobe na China, o dólar cai a pique e o sistema financeiro confronta-se com os seus próprios limites. É tempo de nos pormos ao trabalho, reconhecendo que não basta a simples esperança na magia dos bancos centrais e das instituições financeiras para sairmos do imbróglio. Citando Paul Krugman, ‘hope is not a plan’.

Teodora-Cardoso@Netcabo.pt DE



Estou sempre a aprender com a Profª Teodora Cardoso. É um prazer depois de tanta asneira que alguns para aqui debitam....
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MensagemAssunto: Re: A inflação   A inflação EmptySáb Mar 15, 2008 5:38 pm

NAO SE PREOCUPEM COM A AMERICA!!! o banco central da europa, ja INJETOU 300 000 000 000 DE EUROS, PARA QUE OS BANCOS, NAO FECHEM. Na EUROPA!!! e ainda vem mais por ai!!! A EUROPA esta em PANICO,com a sobrevalorizacao do euro!!! EM BREVE, NAO VENDEM NADA LA FORA!!! so compram E ao deficit comercial, comeca a subir e a ECONOMIA , A FALHAR!!!! nao batam palmas antes do tempo!!
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