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 Resende e Cinfães – o peso do interior e da ruralidade

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MensagemAssunto: Resende e Cinfães – o peso do interior e da ruralidade   Resende e Cinfães – o peso do interior e da ruralidade EmptySáb Mar 22, 2008 12:31 pm

Análise ao desemprego no país

Resende e Cinfães – o peso do interior e da ruralidade

21.03.2008 - 08h32

O ano passado, o grupo Mathias abriu um supermercado em Resende, no distrito de Viseu. Foi um momento importante na terra. Criar para cima de duas dezenas de empregos num concelho rural do interior, mais habituado a ver os seus naturais partirem para as grandes cidades ou para o estrangeiro, não é coisa habitual e deu direito a presença do governador civil do distrito.

Mas a iniciativa deixou também à vista debilidades. “A grande dificuldade foi encontrar pessoas qualificadas para tarefas como gerir ‘stocks’ e para as caixas registadoras”, conta Marisabel Moutela, directora do Centro de Emprego de Lamego, que abrange os concelhos de Resende e Cinfães, os dois que as estatísticas colocam logo a seguir a Felgueiras no “top” nacional de concelhos em que o rácio de desemprego mais subiu nos últimos cinco anos.

No limite norte do distrito de Viseu, com acessos difíceis, por estradas que serpenteiam pela serra, são concelhos rurais e periféricos que olham para o Douro e para o distrito do Porto, na outra margem. Cinfães tem mais desempregados – 1048 em Janeiro contra 702 de Resende – mas o crescimento do desemprego foi entre 2002 e 2007 ligeiramente mais elevado neste último concelho.

Os desempregados provêm essencialmente da agricultura ou de estabelecimentos que tinham muitas vezes um trabalhador dispensado para dar lugar a um familiar, explica Marisabel Moutela.

O perfil do desempregado é semelhante em ambos os concelhos: claramente mais mulheres do que homens, com uma incidência grande no grupo 35-54 anos e com um peso elevado de pessoas com poucas habilitações: 762 dos 1048 residentes em Cinfães que, no início do ano, estavam inscritos no centro de emprego tinham o sexto ano de escolaridade ou menos; em Resende acontecia o mesmo com 475 dos 702 inscritos. “É extremamente difícil integrar estas pessoas no mercado de trabalho”, admite a directora do centro de emprego, para quem “a grande aposta é a qualificação” em áreas com potencial para criar emprego, designadamente hotelaria e turismo, beneficiando da proximidade com o Douro.

Esse pode ser o futuro, mas no presente, se não se contarem os serviços públicos, com as câmaras à cabeça, é difícil encontrar, num como noutro concelho, quem empregue mais de uma dúzia de pessoas. Os concelhos têm um peso considerável da agricultura, mas de cariz familiar, sem condições para suportar muita gente a trabalhar a tempo inteiro.

No caso de Resende, a cereja vai dar nos próximos tempos que fazer a muita gente, à escala local, mas a actividade é apenas sazonal. A falta de perspectivas leva a saída de muitos para as grandes cidades e para o estrangeiro.

Um estudo realizado para a Comunidade Urbana de Vale do Sousa, que abrange a chamada região do Tâmega, divulgado pela imprensa local, indica que Resende perdeu 14 por cento dos seus habitantes e que de Cinfães partiram 11,5 por cento.

Um indicador que ilustra a dificuldade de conseguir trabalho nestes concelhos é dado pela estatística: em Janeiro foram recebidas pelo centro de emprego quatro ofertas para Cinfães e colocadas duas pessoas, em Resende não houve quaisquer ofertas ou colocações. A falta de alternativas explica o interesse pelos cursos profissionais remunerados. “A afluência é enorme. Em meia dúzia de dias inscreveram-se 70 ou 80 pessoas”, diz Elvira Ferreira, funcionária da Associação dos Produtores de Cereja do Douro. “A partir dos 43, 45 anos é muito difícil encontrar outro emprego. Ou as pessoas são altamente qualificadas ou é difícil. O que essas pessoas aproveitam são os cursos remunerados. Há quem ande quase sempre a perguntar se há cursos remunerados.”

Em Cinfães a situação não é muito diferente, é mesmo pior segundo algumas opiniões. Um curso que a Afirmar - Associação Social e Cultural de Pias está a organizar tem igualmente atraído dezenas de interessados. “Para muita gente, os cursos caem como chuva no milho. Para lá da Câmara, não há quem tenha um número de empregados significativo. As pessoas não têm emprego e vão saindo, os poucos que investem não conseguem rentabilizar o que investiram”, diz Pedro Botelho, 31 anos, licenciado em engenharia mecânica, que há cinco anos trocou um emprego numa empresa de Aveiro pelo regresso à terra e pela aposta numa empresa de instalação de gás que tarda em ver viabilizada. “A minha formação aqui não tem proveito”, lamenta.

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