Novo executivo paquistanês quer negociar paz com islamitas
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O Partido do Povo Paquistanês, vencedor das eleições de Fevereiro, nomeou ontem Yousaf Raza Gillani para o cargo de primeiro-ministro. O político discreto, designado para chefiar o novo governo de coligação, vai ser submetido amanhã a um voto de confiança no Parlamento e deverá tomar posse na terça-feira.
Antigo ministro e presidente da assembleia nacional paquistanesa, durante o executivo de Benazir Butto, Gillani vai ter a dura tarefa de se enfrentar ao actual presidente Pervez Musharraf e à legitimidade da sua reeleição.
Como a maioria das figuras da oposição democrática, que regressam agora ao poder, Gillani esteve detido desde 2001 até 2006 sob acusações de corrupção.
A coligação governamental, formada pelo Partido do Povo Paquistanês e pela Liga Muçulmana do Paquistão, tinha fixado no início de Março como prioridade a readmissão dos juízes do Supremo Tribunal destituídos por Musharraf.
Segundo alguns analistas, Gillani poderá ser substituído dentro de alguns meses, pelo líder do partido PPP e antigo marido de Benazir Butto, Asif Zardari. O jornal The Guardian avança hoje que o novo executivo quer igualmente negociar um acordo de paz com os movimentos islamitas.
Medidas que vão contra a actual política do presidente e que pretendem enfraquecer o poder do regime militar e acelerar as reformas democráticas adiadas por Musharraf. O chefe de Estado surgiu esta manhã pela primeira vez em civil numa parada militar em Islamabad, declarando o seu apoio ao novo executivo.