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 Portugueses sem medo na Galiza

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MensagemAssunto: Portugueses sem medo na Galiza   Portugueses sem medo na Galiza EmptySeg Mar 31, 2008 6:25 am

Portugueses sem medo na Galiza


"A cratera" (buraco). É assim que os portugueses se referem ao sítio onde trabalham

Passada a semana santa, os espanhóis regressaram ao trabalho e as máquinas das obras públicas, como a do AVE (designação espanhola para TGV), voltaram a ouvir-se. Para muitos portugueses, este foi também o regresso à labuta na terra de "nuestros hermanos", apesar da polémica levantada pelos sindicatos contra a presença dos trabalhadores lusos acusados de "dumping laboral".

Em San Esteban de Negros, localidade galega situada entre Porrinho e Vigo, o restaurante O´Rossi apresentava um fluxo de clientes muito maior do que há uma semana, quando o JN foi avaliar o ambiente em que os portugueses estão inseridos. A filha da proprietária, Marta Dominguez, mantém o sorriso. "Eles devem estar a chegar para almoçar", diz, reconhecendo os jornalistas portugueses. "Eles" são os portugueses a trabalhar nas obras do AVE naquela localidade. Poucos minutos depois, dois trabalhadores sentam-se à mesa. Mais tarde chegariam outros dois. Costumam ser dez naquele traçado.

Parecem esquecer por momentos o pó e a "cratera" onde trabalham a preços que, segundo os sindicatos espanhóis, são muito mais baixos do que os praticados no país vizinho. Mas quanto? Evasivo, António afirma "É sempre mais do que o normal em Portugal". Seis euros à hora?. "Talvez seja isso", responde prontamente, e outra vez vagamente, dando sinais claros que o silêncio parece ser a regra de ouro para a actual situação dos portugueses na Galiza.

"Silêncio"

E foi "silêncio" também a palavra usada por um homem espanhol de colete amarelo que, estranhamente, veio da sala de refeições interior pegar num cinzeiro do balcão colocado próximo da mesa da equipa de reportagem do JN. Foi fácil perceber quem era. Marta Dominguez já tinha esclarecido "Os que entrarem de colete são os chefes da obra".

Os portugueses garantem não ter razões de queixa "Somos bem tratados, não temos qualquer problema. Os sindicatos é que andam atrás de nós. Não percebo porquê", diz António. "Eu não estou preocupado com os sindicatos. Estamos com contratos legais, feitos em Portugal, e por isso não temos nada a ver com o que se passa aqui em Espanha, ao nível dos contratos", contrapõe outro português.

Longo trajecto

"Aquilo de que tenho medo é que, com toda esta polémica, seja mais difícil para as empresas portuguesas conseguirem trabalhar aqui". Um dos quatro homens é de Matosinhos, e é o seu segundo dia na obra do AVE. Os restantes são de Castelo Branco e estão na Galiza há mais de um mês. Tempo que já foi suficiente para se habituarem ao sacrifício de se deslocarem largas centenas de quilómetros para chegar ao local de trabalho. "Saímos às duas da madrugada para estar aqui de manhã", revela António.

Depois a semana é passada entre o trabalho, entre as refeições a oito euros e as pensões pagas pela empresa, com as noites a rondar os 25 euros. No final da semana a viagem repete-se, mas em sentido contrário. "Esperámos que depois de Espanha possamos vir a trabalhar em Portugal no TGV. Se calhar vamos ganhar menos um pouco, mas sempre estamos mais perto da família", conclui Luís.

jn
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