ave crise política e institucional no horizonte turco
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O tribunal constitucional aceitou a queixa contra o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, AKP, do primeiro-ministro Recep Tahip Erdohan, apresentada pelo procurador-geral do tribunal de apelação, que acusa a formação política de ameaçar a laicidade do Estado.
A decisão reveste-se de alguma importância já que os 11 juízes aceitaram por unanimidade examinar a queixa que pede o afastamento político de 71 dirigentes do partido islâmico, incluindo o primeiro-ministro, por um período de 5 anos.
Já sem unanimidade, os juízes concordaram também considerar o afastamento do presidente Abdullah Gul, apesar de já não ser militante do AKP e do chefe de Estado poder apenas ser levado a tribunal em caso de alta traição.
Ao ser conhecida a notícia, os mercados financeiros turcos entraram em queda e a lira desvalorizou.
O AKP venceu as eleições do ano passado com 47 % dos votos e nega as acusações. Refere que o processo tem motivação política. O partido tem um mês para preparar a defesa. O tribunal deverá necessitar de meio ano para deliberar sobre o caso.
Recentemente, o AKP liberalizou o uso do véu nas universidades islâmicas, uma medida justificada com o fim de descriminação no ensino e para reforçar a candidatura à União Europeia. Uma decisão mal vista pelos sectores defensores do secularismo de Estado.