Três milhões para salvar as velhas termas do Luso
Projecto de reabilitação das Termas do Luso tem um prazo de implementação de 18 meses e prevê funcionamento durante todo o ano
Começou ontem, aquando da apresentação do projecto, a contar o prazo de 18 meses para que a revitalização das Termas de Luso esteja concluída. Com três milhões de euros, a Sociedade das Águas de Luso (SAL) e a Malo Clinic, grupo de saúde e SPA português implantado nos cinco continentes, vão transformar cerca de 1400 metros quadrados num "mega centro" de saúde e bem-estar, deixando para trás o velho conceito de termalismo.
Depois de vários anos a exigir à SAL a aposta clara na recuperação das termas - quer por parte da autarquia mealhadense, quer por parte dos comerciantes da vila do Luso, que chegaram a questionar o cumprimento das condições do contrato de concessão de exploração da água do Luso -, a parceria, de 51%/49%, entre a Malo Clinic e a SAL, deixou expectativas elevadas junto de autarcas e população do Luso.
Sem revelar pormenores acerca das obras que iniciaram ontem, as duas empresas garantem que transformarão as termas num "mega-centro" assente no termalismo convencional - que tem vindo a perder adeptos -, no medical center, na fisioterapia e no conceito de SPA, ligado ao bem- estar, à dermo-cosmética e tratamentos de beleza. "Queremos transformar as termas num shopping center com todos os produtos ligados à saúde", sublinhou Paulo Maló.
Para o empresário, detentor da maior clínica de reabilitação oral fixa do mundo e à qual juntou outras áreas médicas ligadas ao bem-estar, a entrada do grupo nas termas do Luso visa "superar o descasamento entre o Luso", enquanto vila, a água do Luso e o sector clínico. As vantagens, sublinhou, serão a criação de postos de trabalho, a maioria qualificado, o fomentar, ainda que indirectamente, do turismo de qualidade, a implementação de toda uma marca "Luso".
Alberto da Ponte, administrador da SAL, assumiu o compromisso de, em 18 meses, o complexo estar a receber o primeiro cliente, adiantando que já foram iniciados os processos burocráticos com vista às obras, nomeadamente o requerimento ao Estado a solicitar a sub-concessão à nova entidade. Em três meses, o projecto, que deve abranger apenas balneários e área da fisioterapia, deverá ser divulgado em detalhe e só nessa altura os comerciantes do Luso poderão eliminar dúvidas. "Gostaríamos de saber o segmento de pessoas que querem atrair para também nós nos podermos adaptar e preparar", afirmou ao JN o comerciante Nuno Alegre.
jn