Mais obrigações para a televisão pública
Um novo contrato de concessão do serviço público de Televisão vai ser sujeito a consulta pública na próxima semana, segundo anunciou, ontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a Comunicação Social. Estas declarações surgiram no âmbito da sessão de abertura da Conferência Internacional sobre a Evolução do Serviço Público de Televisão, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.
Augusto Santos Silva divulgou também que este novo contrato "fixará critérios qualitativos e quantitativos para o cumprimento de mais obrigações".
Os vários canais da RTP deverão agora contemplar "mais informação, produção portuguesa, mais cultura e mais cidadania".
O ministro apelou ainda para uma maior exigência a requerer ao serviço público de televisão e, nessa medida, concretizou sublinhando que a evolução tecnológica desempenha um papel fundamental.
Nuno Santos, director de Programas da Rádio e Televisão de Portugal, reforçou esta ideia afirmando que "nunca houve um momento tão decisivo e tão estimulante para o serviço público em Portugal".
O director acrescentou que, "numa televisão pública, definir as prioridades de forma inequívoca é essencial", sendo que, para tal, "a criatividade deve ser o elemento que pode fazer a diferença".
Para além de questões conotadas com a independência e responsabilidade que o serviço público televisivo deve garantir, Nuno Santos ressalvou que "a RTP deve ter uma programação com matriz própria", de acordo com determinados princípios, tais como a ética de antena, a diversidade e inovação, a estabilidade de oferta e a qualidade que deve ser veiculada por programas de excelência.
"Este é um caminho que se faz caminhando e que obriga a uma reflexão diária". Os paradigmas de formar, informar e entreter continuam actuais e concluiu dizendo que "rir continua a ser o melhor remédio".
JN (19-10-2007)