Vitor mango
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| Assunto: Debate morno favorece Barack Obama Qui Abr 17, 2008 12:43 pm | |
| Polémicas recentes, a crença de Hillary numa vitória de Obama e os avisos dirigidos ao Irão marcaram o debate de quarta-feira entre os candidatos democratas à Casa Branca Hillary Clinton, senadora democrata de Nova Iorque, declarou pela primeira vez que acredita que Barack Obama, senador democrata do Illinois, tem possibilidades de vencer o republicano John McCain na corrida à Casa Branca.
O «sim, sim, sim» de Clinton foi o melhor que Obama conseguiu num debate de 90 minutos marcado pelas perguntas em torno das recentes polémicas da campanha, mas parco em críticas mútuas.
O debate de quarta-feira foi o último antes das primárias da Pensilvânia (a 22 de Abril), que podem mesmo ditar a desistência de Hillary perante o domínio de Obama na luta pelo maior número de delegados à convenção do Partido Democrata.
Obama tem reduzido a desvantagem para Hillary nas sondagens daquele estado. Os últimos episódios da campanha democrata não introduziram desequilíbrios significativos na dinâmica eleitoral.
No entanto, foram as gaffes de campanhas que acabaram por dominar grande parte do debate de quarta-feira.
O 'lapso de memória' de Hillary sobre a visita à Bósnia, as inflamadas declarações do Reverendo Wright, a suposta sobranceria de Obama perante a população rural da Pensilvânia e as alegadas ligações de ambos os candidatos a interesses económicos foram tópicos revisitados pelo moderador.
Erros assumidos
«Disse algumas coisas que não estiveram em linha com aquilo que eu sabia ser verdade» - foi assim que a senadora de Nova Iorque admitiu ter exagerado o relato da sua visita a uma Bósnia supostamente perigosa onde, na verdade, já se respirava paz.
«Compreendo perfeitamente que tivessem ficado ofendidos com as palavras que escolhi» - Obama lamentava desta forma ter reduzido a fé e as tradições da Pensilvânia rural a uma mera «frustração» das gentes perante a crise económica da América da era Bush.
Obama foi ainda assim acusado por Hillary de «incompreensão» quanto ao papel da religião na socieade norte-americana.
Candidatura conjunta «prematura»
O limar de arestas e o corte de Hillary com um momentâneo e potencialmente lesivo alinhamento com o republicano McCain nas críticas a Barack Obama não são, no entanto, suficientes para se pensar numa candidatura democrata conjunta à Casa Branca.
«É prematuro», afirmou Obama. Hillary também se esquivou ao desafio lançado pelo moderador do debate, mas sublinhou a prioridade de se fazer «tudo o que for necessário para termos um democrata na Casa Branca em Janeiro».
Foi na segunda metade de um duelo morno que surgiram os grande temas de campanha. No Iraque, Hillary revelou um recúo. Se ao longo da campanha a candidata prometeu a retirada imediata das tropas norte-americanas no terreno, a senadora de Nova Iorque faz agora depender a sua decisão de consultas às chefias militares.
Também Obama foi cauteloso e aponta agora o ano de 2010 como a meta para o fim da presença americana no Iraque.
Ameaça ao Irão
Ainda no Médio Oriente, a defesa de Israel saltou para a agenda de campanha, com os dois candidatos a prometerem uma resposta musculada a uma possível ofensiva do Irão.
«Um ataque [do Irão] contra Israel é um ataque contra o nosso maior aliado na região», afirmou Obama. «Um ataque contra Israel incorre numa retaliação pesada por parte dos Estados Unidos», concordou Hillary.
Na política doméstica, Hillary e Obama voltaram a convergir quanto ao fim do perdão fiscal aos milionários norte-americanos, no compromisso de não subir os impostos sobre a classe média e na reflexão sobre as leis de porte de armas - mas sem nunca mencionar a sua proibição.
Sem agressividade, mas também sem brilho, os dois candidatos encerraram o debate renovando apelos ao eleitorado de classe média.
As primárias da Pensilvânia realizam-se a 22 de Abril. pedro.guerreiro@sol.pt | |
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