Governo deu 2 milhões a Tiago Monteiro
Por Luís Rosa
O Governo deu um subsídio de 2 milhões de euros a Tiago Monteiro para correr na Fórmula Um em 2006, verba que está entre as mais altas pagas pelo Instituto do Desporto. O secretário de Estado Laurentino Dias endossa, porém, as responsabilidades para o Executivo de Santana Lopes, que começou a negociar com o piloto
Em termos comparativos, no mesmo período, o Comité Olímpico Português recebeu 2,2 milhões de euros e a Federação Portuguesa de Atletismo teve direito a 3,1 milhões.
Subsídio evita rescisão
O subsídio a Tiago Monteiro foi pago pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP) após autorização do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, e serviu ao piloto para evitar a rescisão com a equipa Midland, a meio da sua segunda época na F1, por não pagar as obrigações financeiras.
A falta de patrocinadores foi a causa do incumprimento contratual do piloto, sendo que os dois milhões de euros em falta correspondiam a 30% do total do orçamento (7 milhões de euros) da sua participação na F1.
Tiago Monteiro foi suspenso em 15 de Julho de 2006 pela equipa canadiana, ficando obrigado a pagar os dois milhões de euros nos 15 dias seguintes. Isso mesmo foi explicado pelo seu pai a Laurentino Dias, em 21 de Julho. Segundo a acta da reunião, que o SOL consultou na Secretaria de Estado do Desporto, Edmar Monteiro solicitou uma «solução», argumentando que o Governo de Santana Lopes tinha entendido a participação do seu filho na F1 como «um desígnio de alto interesse para o país». A rescisão do contrato por parte da Midland, defendeu Edgar Monteiro, prejudicaria a carreira do filho e os patrocinadores portugueses.
Laurentino concordou e autorizou o presidente do IDP, Luís Sardinha, a assinar um «contrato de prestação de apoio financeiro» com Monteiro, para «evitar a suspensão da sua participação» na F1. O contrato não estipula qualquer obrigação de Tiago Monteiro publicitar a marca Portugal.
Ao SOL, Laurentino Dias diz que o piloto «contratualizara a sua presença na F1 na sequência do ‘apoio incondicional’ previamente recebido do XVI Governo(PSD/CDS), considerando este que essa participação constituía uma oportunidade única para potenciar a imagem de Portugal no mundo. Assim foi transmitido ao actual Governo, que entendeu dever honrar tal compromisso».
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