PSP tem cem homens a guardar Putin
ANA MAFALDA INÁCIOA
delegação da Federação da Rússia, que hoje chega a Lisboa por volta das
13.00, vai ter 100 homens do Corpo de Segurança Pessoal (CSP) da PSP a
vigiá-la em todos os locais visitados. As áreas mais complicadas são os
Jerónimos, por se tratar de um espaço aberto, o Hotel Dom Pedro, onde a
delegação não está em exclusivo, ocupando apenas quatro pisos, e o
Palácio da Ajuda, onde decorrerá a recepção de hoje à noite, e onde a
PSP usará material especial em termos de visibilidade. Na rua estarão
600 homens da PSP, entre equipas do Grupo de Operações Especiais (GOE),
de Reacção Táctica, do Corpo de Intervenção e da Divisão de Trânsito
(400 agentes). A operação integra 1300 elementos, entre PSP e GNR, sem
contar com os da segurança russa - mais de duas dezenas, havendo
elementos em cada uma das equipas do CSP.
A GNR convocou 710 militares, sendo que o maior contigente (307
elementos) participará nas honras militares, esta tarde nos Jerónimos,
e na segurança à cimeira da UE-Rússia, em Mafra, com 280 elementos. No
entanto, e segundo apurámos, o SIS (Serviços de Informações e
Segurança) avaliou a visita do presidente russo e do ministro dos
Negócios Estrangeiros como de risco médio em termos de ameaça - de
nível três numa escala de um a cinco, semelhante ao da última cimeira
em Lisboa, conforme referiu ontem aos jornalistas o tenente-general
Leonel Carvalho, do Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), numa
conferência de imprensa conjunta com a PSP e a GNR sobre o plano global
da operação. Este começou a ser organizado no início no Verão, embora a
primeira reunião com o chefe de segurança da embaixada da Rússia só se
tenha realizado no início de Setembro. Os últimos preparativos foram
acertados na segunda-feira, durante um encontro entre o GCS, PSP e GNR
já com a equipa de segurança avançada de Putin. Desde esse dia que
russos e portugueses têm feito o reconhecimento de todos os locais,
trajectos, entradas e creditações. O Hotel Dom Pedro foi passado a
pente fino pela guarda de Putin e pela PSP, que vistoriaram engenhos
explosivos e material de electrónica. Ontem, o edifício foi entregue ao
CSP, que terá elementos na zona ocupada. Estarão interditos alguns
andares. As garagens e as zonas subterrâneas do hotel serão vigiadas
pela PSP.
Cá fora o espaço está por conta das equipas de
contra-snipers.
Estas equipas estarão em maior número nos Jerónimos, dado o risco ser
maior. Haverá um posto de comando aéreo, com um helicóptero que ajudará
na segurança, bem como no trânsito. Segundo apurou o DN, é a segunda
vez que Vladimir Putin se instala no Hotel Dom Pedro, desta vez a seu
pedido.|