Banco de Inglaterra considera que a crise actual está sobrestimada
printable versionbigger textsmaller text
As consequências económicas resultantes da crise do mercado e do crédito imobiliários poderão ser bem menos graves do que o que prevê o mercado. Quem o diz é o Banco de Inglaterra, que considera que o custo da crise provocada pelo créditos hipotecários de alto risco norte-americanos está a ser sobrestimado.
De acordo com as estimativas do banco central inglês divulgadas esta quinta-feira, o custo da crise deverá situar-se nos 103 mil milhões de euros. Este valor representa menos de metade das previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que estima que a crise deverá custar perto de 250 mil milhões de euros.
No seu relatório semestral sobre a estabilidade dos mercados financeiros, publicado em Abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um valor próximo dos 650 mil milhões de euros.
No entanto, as estimativas optimistas do Banco de Inglaterra não têm resultados práticos junto das famílias em dificuldades, como refere o responsável da Shelter, uma associação de caridade inglesa que tem como objectivo ajudar pessoas sem casa.
Adam Sampson refere que "há cada vez mais pessoas com problemas para pagar os seus créditos imobiliários" e estima "entre 45 e 60 mil o número de famílias que vão perder as suas casas este ano."
No passado dia 21, o Banco de Inglaterra anunciou um plano histórico de mais de 63 mil milhões de euros para resgatar a banca britânica da crise de liquidez vivida no sector de crédito.