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 Debate sobre a Política do actual Governo PS

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ypsi




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MensagemAssunto: Debate sobre a Política do actual Governo PS   Debate sobre a Política do actual Governo PS EmptySeg Set 17, 2007 3:59 am

Valores, política e eficácia


"A asfixia financeira da função social do estado não é uma imputação irresponsável. Os números e os dados demográficos são, por si, objectivos. Convenhamos. Ninguém, hoje, com menos de 40 anos, tem a certeza de poder vir a ter uma reforma no futuro."

Carlos Zorrinho publicou na passada quinta-feira, no jornal Público , o primeiro texto teórico que pretende levar a cabo um balanço pensado da actual governação. Não tem sido hábito entre nós, ver governantes, ou responsáveis próximos da governação, produzir este tipo de análises. Geralmente, elas limitam-se a celebrar a encenação de uma euforia que nos é alheia.

O texto de Zorrinho divide-se em duas partes: uma doutrinária e outra de balanço. Comecemos pela primeira, onde valerá a pena relativarmos três pontos:

a) Uma sociedade baseada na informação e no conhecimento é, por natureza, alérgica à tutela ideológica. A grande novidade das sociedades actuais, beneficiária do estreitamento do planeta e da lógica da (quase) instantaneidade, é a de que os programas doutrinários se tornaram ágeis e efémeros (servem um tempo, uma legislatura por exemplo; ou uma condição, uma contingência, um projecto ou ainda uma estratégia). Daí que me pareça algo reducionista a avaliação do "esvaziamento ideológico".

b) A esquerda e a direita já não traduzem, hoje em dia, significados substanciais (estamos longe da luta entre realistas e nominalistas). De arautos de tipo modelar e fixo, funcionando por interdependência mecanicista, esquerda e direita passaram a meros atributos voláteis de actos concretos. Seria, pois, falacioso - estou de acordo - considerar como válida uma associação entre "acção" e "direita" e entre "debate" (já agora "inconsequente") e "esquerda". Mas já não me parece, entre o ruído do nosso discurso político sempre tão mimético, cinzento e carregado de topoi , que uma tal ideia esteja hoje a ser consistentemente veiculada.

c) Zorrinho identifica "sentido mais ou menos progressista duma política" com o "patamar de equidade". No final do texto, a "capacidade" de promoção de "equidade" é ainda considerada como a "ferramenta essencial" para avaliar a matriz ideológica da governação". Ora, atribuindo Zorrinho ao termo uma tal relevância, perguntar-se-á: o que é a equidade? A questão é pertinente por dizer respeito ao conceito chave do acto governativo (e, portanto, da visão política que nos rege). Carlos Zorrinho deveria desenvolver e ilustrar o conceito, para além do que ele denota ("justiça natural" não sujeita a normativos). É possível que essa elucidação acabasse, também, por esclarecer o que pretende dizer, mais à frente, através de expressões como "valores da modernidade" (ancorados na actualidade?) e "diferenciação" (na aplicação da "equidade"?). Enfim, a área nevrálgica de definição programática parece-me, sinceramente, um tanto imprecisa.

Por sua vez, o balanço da governação divide-se em cinco pontos:

a) Zorrinho refere a "viabilização" do estado social por via da optimização do "controlo" e da "regulação". Não é, no entanto, claro se tal viabilização se fica pelos limites de quem realmente carece do estado social, ou se, por algum condicionamento doutrinal, se pretende também visar quem dele pode e deve (por incentivo até) escapar . É que a citada "asfixia financeira da função social do estado" não é uma imputação irresponsável. Os números e os dados demográficos são, por si, objectivos. Convenhamos. Ninguém, hoje, com menos de 40 anos, tem a certeza de poder vir a ter uma reforma no futuro.

b) O sublinhado estímulo do "risco" e da "iniciativa" é sempre louvável. Mas não basta. A nossa sociedade continua demasiado presa como se receasse e, ao mesmo tempo, necessitasse de fantasmas proteccionistas e paternalistas. Receio que a ostensão de desejos não se compadeça com a situação vivida no terreno. Reavaliaria a equação entre risco-iniciativa e papel dos (vários) poderes institucionais.

c) A qualidade de vida e o ambiente são, no nosso tempo, topics obrigatórios de balanço. Mas não creio que excedam, neste caso, a correcção do inventário. Seria ilusório pensar que, no dia a dia, a "transparência" de processos e a "exigência" (nem sempre sinónima de coerciva!) tenham mudado de modo tão cristalino como se sugere.

d) O ponto relativo às qualificações é, poventura, o mais centrado de todo o balanço, embora o modo "decisivo" me pareça exagerado. Não bastarão alguns resultados e uma permanente e decidida focagem para que uma "mudança" "activa" adquira forma no horizonte. Tendências e factos são, com efeito, realidades distintas.

e) No último ponto, relativo à política externa, a eficácia e a síntese sobrepõem-se, naturalmente, à análise. Contudo, o conceito de "multipolaridade" é de tal modo inclusivo que dele jamais se subentenderá a existência de hostilidade. O diagnóstico parece, pois, apontar para uma equidistância kantiana de interesses, como se não existissem sintomas de novos tipos de conflito no planeta.

Enfim, do texto de Zorrinho fica o alerta pragmático, o empenho conceptual e sobretudo o confronto com os espectros (enganadores) do optimismo. O que já não é mau em política.

Luís Carmelo - Expresso
Professor universitário e autor



Se alguém tiver acesso ao Artigo de Carlos Zorrinho, no Público, referido neste Artigo de Luís Carmelo, será interessante que o publique aqui. Obrigada.
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MensagemAssunto: Re: Debate sobre a Política do actual Governo PS   Debate sobre a Política do actual Governo PS EmptySeg Set 17, 2007 8:58 am

Este Governo XUXA, nao e nada mais , nada menos , do que uma FRAUDE, que resultou de um GOLPE CONSTITUCIONAL, aprovado pelo SAMPAIO, para favorecer o PS. Este Governo e a cara do PM, que nao passa de um mentiroso compulsivo. Que prometeu nao aumentar os Impostos. E aumentou. Prometeu criar 150 000 empregos e nao criou 1!!! Um Pais que anda para traz como o caranguejo. Um pPais que e ultrepassado pelos mais pobres da UE. Um Pais que devido as politicas XUXAS E XUXIAL-DEMOCRATAS, "come' 50% do PIB em IMPOSTOS. Vejam onde esta a IRLANDA e onde nos encontramos. Sao mais 4 anos perdidos.
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MensagemAssunto: Re: Debate sobre a Política do actual Governo PS   Debate sobre a Política do actual Governo PS EmptyTer Set 18, 2007 1:21 am

A maioria desprezada


Um bom Governo é aquele cujas decisões servem a maioria.

Desde quando um Governo português tem correspondido a este princípio?

A seguir a Abril, durante dezoito meses. Historicamente, é um facto.

E, quer se queira ou não, o PREC [Processo Revolucionário em Curso] foi carregado de conotações pejorativas, destinadas a diabolizar o que correspondia, afinal, a uma ética: a da revolução.

Sou capaz de entender os imensos e profundos traumas causados por uma ruptura político-social sem precedentes. Mas temos de admitir que a história desse período tem sido escrita unilateralmente.

Um domínio restrito da sociedade foi directamente afectado: o das oligarquias, escoras do poder económico sustentador do Estado Novo, e causador da estagnação cultural, moral, cívica, social – e até económica, de um povo, considerado uma insignificância sem excepção.

Como acentuou Eduardo Lourenço, Abril foi, sobretudo, um acto cultural. A “normalização” acabou com a ideia de que o homem português poderia ser melhor, se melhorassem o sistema, depois de aniquilar o regime.

A verdade é que, a seguir a Novembro, nunca mais Governo algum serviu a maioria. Não se trata aqui, de defender ou de atacar as origens da “normalização”, ou o que ela posteriormente originou. Esse trabalho terá de ser feito não só por historiadores mas, conjuntamente, por sociólogos e investigadores de ciências sociais, a fim de se poder esclarecer o grau de conivência dos grupos “radicais”; a cumplicidade de políticos “responsáveis” com serviços secretos externos; e as vultosas somas, provenientes de “fundações” estrangeiras, e aceites por partidos “democráticos”, em nome do “patriotismo” e contra os “vendilhões da pátria”. Ainda hoje se desconhece quem foram, realmente, os vendilhões.

Portugal tem sido uma metáfora americanizada, primeiro, da Guerra Fria; depois, da política de última fronteira dos Estados Unidos. Qualquer pessoa de bem sente-se incapaz de apagar da memória aquela imagem nas Lajes (Açores), com o inconcebível Durão Barroso a servir de mordomo a Bush, Blair e Aznar, na preparação do sinistro morticínio no Iraque.

Esta sórdida coligação eliminou toda a possibilidade de análise e de discussão, com o pobre Kofi Annan, desgraçado secretário-geral das Nações Unidas, a admitir toda a espécie de enxovalhos por parte da “santa aliança”.

Claro que o País evoluiu. Dentro de limites impostos “por fora”. A evolução do País, porém, foi morosa e direccionada. Não creio que todos os governantes tenham sido, ou são, matóides embasbacados. Submeteram-se, por incapacidade de bater o pé. O que não é novo na História de Portugal. E desbarataram caudais de dinheiro, sem o aplicar nas áreas sociais mais urgentes por mais pungentes.

É neste círculo dramático que temos vivido. Os recém-chegados à política não estavam preparados para dirigir, a não ser, talvez, Mário Soares e Álvaro Cunhal. Excepção feita a Francisco Sá Carneiro, todos os outros procediam do protesto, da contestação estudantil, do antifascismo, da revolta. Por muito estimáveis que sejam (e são) as virtudes contidas nestes movimentos, elas não chegam para garantir o estatuto de governante.

E as exigências do Portugal saído do 25 de Abril eram desmedidas. Contudo, e dando de barato a inexperiência, a incipiência e as hesitações de quantos constituíram a classe dirigente, temos de convir que já passaram trinta anos bem contados, e depredadas importâncias consideráveis.

Entrou-se na rotina da governação. Alternância sem alternativa. O aparelho de Estado está repleto de gente do PSD e do PS.

A partilha é feita entre aqueles dois partidos, e a “democracia” reassume o aspecto “formal” que mantém quem a defende naqueles moldes. A relação empática entre governantes e governados é o principal traço identificador da cultura democrática. Essa empatia não implica ausência de conflito. Pelo contrário.

O pior é que já não existe “relação” como traço identificador. O português demonstra a pior impressão dos políticos: desconfia da honestidade deles; despreza o Parlamento e despreza os deputados porque o não representam e apenas estão ali para organizar a vidinha; desemboca na incerteza e assiste ao progresso da mentira, das promessas incumpridas, do enriquecimento rápido de uns tantos.

O tripudiar sobre valores, padrões e princípios que simbolizavam as escoras da sociedade, deixou o português perplexo, a princípio e, depois, angustiado e desesperado – por não adivinhar a mais escassa luz ao fundo do túnel.

Quando, há dias, o querido primeiro-ministro exprimiu grande contentamento, devido ao facto de o Governo já haver encerrado duas mil escolas, e se regozijava com os “miúdos” porque iam aprender inglês – julguei que estava assistir a uma cena dos Monty Python.

O homem não possui o senso de equilíbrio, diz coisas absurdas, fala desprovido da razão sensorial.

Enfim: Sócrates não percebe nada do que está a fazer. E, lenta e cuidadosamente, dá cabo de nós. O pior é que a alternância não nos resgata.

Baptista Bastos (14-9-2007)
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MensagemAssunto: Re: Debate sobre a Política do actual Governo PS   Debate sobre a Política do actual Governo PS EmptyTer Set 18, 2007 5:46 pm

Meu pobre PORTUGAL dos pobres!!! Sad Sad Sad Sad
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MensagemAssunto: Re: Debate sobre a Política do actual Governo PS   Debate sobre a Política do actual Governo PS Empty

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