Uma proposta académica, muito interessante !!! Ajudar a EDP na energia solar
Grupo de estudantes aconselhou EDP a fazer parceria como Sol
"EDP Ao Sol, o mundo agradece".
Este foi o slogan pensado por um grupo de cinco estudantes do ISCTE (quatro na foto, onde falta Susana Silva) para promover o negócio de energia solar da EDP. No âmbito de um trabalho final de curso, no qual obtiveram 16 valores, estes finalistas de Marketing elaboraram um plano de negócios para pôr a EDP em força no mercado solar térmico.
A EDP gostou e premiou-os com o Challenge University. Ao DN, a eléctrica garantiu que "tem uma solução solar térmica - EDP MyEnergy - lançada este ano e que constitui a base da oferta da empresa nesta área", tendo "a concepção desta solução tido em conta alguns elementos específicos contidos no trabalho vencedor".
Algo que os alunos desconfiaram quando viram no site da EDP a nova área de negócios, onde constataram muitas semelhanças com a sua proposta. "Quando começámos a estudar o mercado, a EDP não estava a apostar a nível de solar térmico."
O solar tem um grande potencial em Portugal, um dos países na Europa com maior disponibilidade de radiação solar. Associado a isto, a nova legislação que obriga à instalação de colectores solares em todos os prédios construídos a partir de Julho do próximo ano. Vantagens que esbarram com alguns problemas.
Desde logo, a desconfiança dos consumidores em relação ao solar, depois a necessidade de se promover esta forma de energia ao nível governamental, contemplando, por exemplo, a descida do IVA aplicado de 12% para 5%.
Isso mesmo revela o estudo feito antes de divulgado o Orçamento do Estado para 2008, onde já se prevê a possibilidade de se acumular o crédito à habitação com uma dedução específica no IRS na compra de painéis solares.
Este foi um dos problemas detectados pelo trabalho realizado pelos finalistas do ISCTE. Por isso, uma das estratégias do grupo era fazer pressão junto do Governo para tornar o regime fiscal aplicável mais favorável e incentivador.
O plano de acção propõe à EDP a constituição de uma parceria com a Ao Sol, criando-se a unidade de negócio EDP Ao Sol. Jorge Salavisa explica que "é preciso um trabalho de comunicação e uma marca de confiança por trás. E a EDP tem força na energia, tem capacidade e credibilidade para este tipo de soluções". Com uma marca de confiança, há que educar o consumidor, que tem uma desconfiança cultural em relação a esta forma de energia.
O estudo realizado pelo grupo concluiu que "as pessoas não sabem quanto custa, quanto duram os equipamentos e para que é que servem", destaca Sérgio Hortelão. Para os estudantes, o preço dos kits devia variar entre os 1600 e os 2500 euros, de forma a rentabilizar o investimento. O factor preço é de extrema importância. No inquérito realizado no âmbito deste trabalho, 42% dos indivíduos têm o "preço psicológico para os painéis solares abaixo dos dois mil euros".
O grupo sugere ainda que no âmbito da venda dos colectores seja criada uma anuidade ou mensalidade para a manutenção dos equipamentos, caso os consumidores não queiram fazê-la por conta própria, para o que foram criados manuais de explicação.
Para o plano de comunicação, este grupo de estudantes não aposta, inicialmente, nos mass media, já que a capacidade de produção pode não corresponder às necessidades.
Uma das primeiras acções seria a entrega de colectores a instituição de solidariedade social e, claro, não menosprezar a capacidade da EDP, que é o fornecedor de praticamente todos os portugueses.
Face à possível escassez de produção, fez-se um plano de contingência.
Marta Antunes explica: "Recorrer à importação de uma marca branca produzida na China."
Afinal, dos 16 mil painéis solares vendidos em 2005 acredita-se que em 2010 atinja os 258,5 mil, muito pelo empurrão da nova legislação. Nessa altura, os edifícios já ultrapassam as moradias na instalação de painéis. Tendo em conta esse mercado, de acordo com a projecção deste estudo, a EDP conseguiria uma quota de 27% em 2010.
DN (23-11-2007)