Universidades portuguesas estão fora da elite mundial
Portugal não tem nenhuma universidade entre as 200 melhores do mundo, de acordo com a actualização de 2007 de um dos mais importantes "rankings" de ensino superior.
Os dados elaborados conjuntamente pelo The Times Higher Education Supplement e pela Quacquarelli Symonds foram divulgados na semana passada, e voltam a colocar Harvard na liderança mundial.
A performance portuguesa é ainda mais modesta se analisada ao nível da lusofonia. Em 2006, a Universidade de Coimbra, que era a melhor portuguesa no "ranking" - cupava a 266ª posição -, era igualmente líder entre as instituições que leccionam em Português. Este ano, há duas universidades brasileiras que saltam para a frente, ultrapassando todas as portuguesas: a Universidade de São Paulo, que passa do lugar 284 para a posição 175; a Universidade de Campinas, que sobe do posto 448 para o lugar 176.
A posição das universidades portuguesas ainda não é conhecida, porque os autores do "ranking" só divulgaram o "top 200", que não inclui instituições lusas. Durante os próximos dias, serão conhecidas as primeiras 500 universidades a nível mundial.
Em 2006, a Universidade de Coimbra era a primeira portuguesa do "ranking", ao ocupar a 120ª posição a nível europeu e a 266ª a nível global. Seguia-se a Universidade Nova de Lisboa (122ª na Europa e 277ª no mundo) e o centro regional de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa (151ª na Europa e 338ª globalmente).
Entre outros critérios de avaliação, o "ranking" leva em conta a internacionalização do corpor docente e discente, o desempenho na investigação e uma avaliação das empresas que recrutam alunos.
Em termos globais, a Europa perde a liderança no top 100. Em 2006, 41 universidades europeias estavam entre as melhores 100 do mundo, face a 36 instituições da América do Norte. Este ano, os norte-americanos passam a contar com 43 escolas no "top 100", enquanto a Europa quebra para 35. Segue-se a Ásia, com 13 (tinha 12 universidades entre as 100 melhores em 2006) e a Oceânia, com nove.
A Europa só leva a melhor se forem contabilizadas as melhores 200 universidades. Aí, encontram-se 86 escolas europeias (eram 89 em 2006), enquanto a América do Norte regista menos 20, com 68 universidades. A África é a grande surpresa a este nível, porque consegue colocar a Universidade do Cabo (África do Sul) precisamente na posição 200 ? é a primeira universidade africana a entrar para as melhores 200 do mundo, onde nunca constou qualquer universidade portuguesa.
Na análise por país, o poder das instituições que se alicerçam no inglês é evidente. Os Estados Unidos têm mais de um terço das melhores 100 universidades do mundo, seguidos dos britânicos, que têm 19 universidades no "top 100". A Austrália fecha o pódio, com oito universidades.
Ao nível das melhores 200, apenas consta uma universidade espanhola, que surge inclusivamente atrás das brasileiras. Com a posição 194, a Universidade de Barcelona é a líder ibérica.
O Canadá também melhorou significativamente. Depois dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, é quem tem mais universidades (são 11) entre as melhores 200.
Universia (Notícias Universitárias) - 15-11-2007