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 As fotocópias de Paulo Portas

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ypsi




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As fotocópias de Paulo Portas Empty
MensagemAssunto: As fotocópias de Paulo Portas   As fotocópias de Paulo Portas EmptySáb Nov 24, 2007 5:13 am

Ele fotocopiou, sim



EM QUALQUER país menos atordoado do que este, em que o que é anormal passa por normal, a manchete do "Expresso" da semana passada faria rolar cabeças.

No país dos brandos costumes, dá um encolher de ombros.

O Portas andou a fotocopiar documentos secretos do Ministério da Defesa na véspera de sair de ministro?

61.893 páginas?
E eram "notas pessoais" relacionadas com a sua chefia do CDS, apesar de as pastas terem na lombada a palavra "Confidencial"?

E "Submarinos", "ONU", "Guerra do Iraque", "NATO"?

E o Ministério Público não investigou?

E outros ministros, Morais Sarmento, Nobre Guedes, Telmo Correia, também digitalizaram documentos dos respectivos ministérios sem que ninguém queira saber o que foi digitalizado?

Paulo Portas, quando interrogado por jornalistas numa das feiras que começou a visitar, respondeu em tom de desafio: "Fotocopiei, sim". E "pagou do bolso dele".

Isto, apesar de o "Expresso" ter escrito que quem pagou as "fotocópias" foi um tal André Huet, assessor jurídico, e que Portas depois "acertou contas". Que me lembre, durante o processo da Universidade Moderna, a propósito de uns cheques cujos montantes eram mais ou menos nebulosos e os fins também, Portas defendeu-se dizendo que era péssimo em contas e com cheques.

Coerência não falta a Paulo Portas. Inteligência também não.

Neste capítulo, Portas está uns bons furos acima do comum das criaturas que por aí andam julgando-se políticas.

Ele é o autor de uma das carreiras mais extraordinárias da vida política portuguesa, fazendo e desfazendo líderes e partidos, teses e jornais, ideologias e reputações.

É inteligente e sabe proteger-se correndo mais riscos do que qualquer um.

Penso que Portas nunca será apanhado em nada que o incrimine, directa ou indirectamente, por esta razão.

Em todo o caso, como cidadã portuguesa e membro de um Estado de Direito, como contribuinte e eleitora informada, sinto-me no direito de fazer algumas perguntas.

Em primeiro lugar, gostaria que alguém, de um modo claro e transparente, me explicasse quanto vão custar os dois submarinos que Portas comprou e que são duas armas de guerra que a própria NATO considerou desnecessárias.

Gostaria de saber como vamos pagá-los, e quando, e onde, e quando estão prontos.

Gostaria de saber em quanto esta compra endividou os endividados portugueses, visto que o próprio ministro das Finanças Teixeira dos Santos se lamentou que a dívida agravava o défice.

Gostaria que me fosse explicado se, de facto, neste momento particular da sua história, Portugal precisa de dois submarinos de guerra que custam milhares de milhões de euros.

E gostaria de saber quais as contrapartidas reais desta compra.

Gostaria de saber mais uma ou duas coisas.

Pode um ministro, que não passa de um funcionário público eleito ou nomeado, e que tem de responder pelos seus actos perante o Estado português e perante os eleitores dos Governos, pode esse ministro, repito, introduzir pessoas de uma empresa privada de digitalização de documentos, pelas traseiras do Ministério de Defesa, entre as 20 e as 21 horas de um sábado, para irem ter com um assessor do ministro que as espera, e a seguir copiarem os documentos que o assessor mandar, supõe-se que por ordem do ministro?

Segundo uma testemunha, as pessoas da empresa apenas disseram ao militar de guarda à cancela que iam ter com o referido assessor e ele deixou-as entrar sem exigir identificação.

É assim que se guardam os segredos do Estado português? E quem decide o que é pessoal e o que é nacional?

O ministro da Defesa Paulo Portas na véspera de sair?

E por que é que os papéis do líder do CDS Paulo Portas são fotocopiados no Ministério da Defesa e não na sede do partido, e misturados com as pastas e documentos confidenciais sobre o Iraque, os submarinos, a ONU e a NATO? O que têm as notas pessoais do líder do CDS a ver com as decisões nacionais do ministro da Defesa Paulo Portas?

Nos Estados Unidos, país que Paulo Portas admirava galhardamente governado pelo seu amigo Donald Rumsfeld, ele estaria a responder perante uma Comissão de Inquérito.

Seria cozinhado em fogo lento no Congresso.

Seria devassado pelo jornalismo de investigação. E seria indiciado pelo procurador-geral e incriminado.

E, provavelmente, posto na prisão. "You have been served", como nos filmes. Os americanos não brincam com segredos de Estado.

Portugal, pelos vistos, brinca.

E o DCIAP, sigla do organismo judicial investigador destas manobras no âmbito do caso Portucale, outra história que nunca saberemos, "adiantou um argumento dedutivo", diz o "Expresso", para nunca ter ouvido Paulo Portas sobre tais actos:

"O apurado quanto à digitalização realizada noutros ministérios permitiu atenuar as suspeitas que recaíam sobre a digitalização realizada no MDN, sendo certo que, face à ausência dos suportes das gravações e de indícios de um propósito de divulgação, não se mostravam preenchidos os pressupostos da verificação do crime".

Perceberam?

Se outros levam segredos de Estado, e se não sabemos o que foi levado, e se parece que não vão divulgar, então isso não é crime.

Uma última pergunta:

- Quem tem medo de Paulo Portas?

Clara Ferreira Alves

Expresso - 19-11-2007


Pois ..... afro
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MensagemAssunto: Re: As fotocópias de Paulo Portas   As fotocópias de Paulo Portas EmptySáb Nov 24, 2007 11:08 am

cOMO SABE QUE SAO dOCUMENTOS sECRETOS? Ja os viu?
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