Acção contra transgénicos foi "terrorismo"
A acção contra milho transgénico de activistas contra alimentos geneticamente modificados numa propriedade algarvia, em Fevereiro do ano passado, foi classificada como "ataque terrorista ligado ao terrorismo ambientalista" no "Relatório sobre a Situação e Tendências do Terrorismo na União Europeia" (UE), publicado pelo Gabinete Europeu de Polícia (Europol), relativo a 2007.
No relatório, Portugal regista dois em 583 ataques (islamistas, separatistas, de extrema-esquerda, de extrema-direita, actos isolados e não especificados) conseguidos, falhados ou neutralizados, em nove países da UE.
O segundo refere-se a actos de vandalismo no cemitério judeu de Lisboa praticados, em Setembro, por elementos de um grupo de extrema-direita autodenominado "Hammerskin Friends". A acção policial contra este grupo levou aliás à detenção de 31 pessoas - a maior fatia dos 44 detidos por actos da extrema-direita recenseados pela Europol. Os restantes foram capturados na Áustria e na Holanda.
A classificação como acto terrorista da acção em Silves, em que participaram 100 pessoas, foi contestada pela organização ambientalista Gaia, que atribui ao governo português o "interesse (...) em esmagar a oposição aos transgénicos", lê-se numa nota difundida ontem. Assegurando que se tratou de uma acção "pacífica e não violenta", afirma que em nenhum outro país onde se realizam acções semelhantes tal classificação é dada.
JN