Em Outubro, um conjunto de 138 notáveis líderes espirituais muçulmanos enviara uma carta ao Vaticano. Bento XVI diz-se contente com o «espírito positivo» que percepcionou da missiva, mais um passo no caminho para a paz mundial.
A carta incitava ao trabalho pela paz entre cristãos e islamitas, e Bento XVI fez questão de referir a importância de que ambas as religiões se compreendam mutuamente e dialoguem de forma respeitosa.
A mensagem de «gratidão» de Bento XVI foi assinada e divulgada pelo Secretário de Estado Tarcisio Bertone, e demonstra o interesse que a Santa Sé tem há muitos anos em estreitar lações diplomáticos e de diálogo com o Islão.
«O Papa deseja expressar profundo respeito por este gesto, pelo espírito positivo que o texto inspira e pela chamada a um compromisso comum de forma a promover a paz mundial», lia-se na resposta.
O Pontífice dirigia-se ao príncipe Ghazi bin Muhammed bin Talal, filho do rei da Jordânia e responsável pelo Instituto Real de Pensamento Aal al-Bayt, que havia promovido o envio da carta aos líderes cristãos.
«Sem ignorar ou subestimar as diferenças» entre as duas religiões, Bento XVI preferiu lembrar aquilo que une os crentes em ‘Deus’ e em ‘Alá’ e mostrou-se interessado em encontrar-se com o príncipe Ghazi e outros líderes islâmicos.
Um mundo comum para nós e para vós, o nome da carta enviada pelos muçulmanos, também referia essas semelhanças e o papel que podem desempenhar na construção de um mundo «de boa vontade, e menos violência».
Esta cooperação parece minimizar qualquer réstia de ressentimento que pudesse haver nos líderes muçulmanos, depois da violência gerada pelas palavras de Bento XVI em 2005, quando citou um imperador medieval que caracterizava, precisamente, a religião islâmica de «violenta».
SOL com agências