Pdvsa coloca no mercado internacional quota de petróleo que vendia à Exoon Mobil
Caracas, 15 Fev (Lusa) -- A empresa petrolífera estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) confirmou, quinta-feira, que colocou no mercado internacional os 600 mil barris de crude que fornecia à Exoon Mobil.
A iniciativa decorre de acções iniciadas pela transnacional norte-americana que levaram ao congelamento dos seus activos no estrangeiro.
O anúncio da colocação dos 600 mil barris de crude foi feito pelo ministro venezuelano da Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, também presidente da PDVSA, durante uma intervenção na Assembleia Nacional (parlamento) em que apresentou um relatório sobre alegadas "agressões" da Exxon Mobil contra a petrolífera estatal da Venezuela.
"Foram suspensos os 600 mil barris mensais que tínhamos em relação com a transnacional e já colocamos esse volume no carregamento Spot", disse Rafael Ramírez.
O ministro venezuelano sublinhou ainda que "ninguém pode pretender que mantenhamos relações comerciais com uma empresa que nos trata de maneira tão pouco amistosa. Trata-se simplesmente de reciprocidade".
Em 2007, o governo venezuelano iniciou um processo de nacionalização das actividades relacionadas com a exploração de petróleo na Faixa Petrolífera de Orinoco que ocasionou a confiscação dos activos da Exxon Mobil, usados nos processos de extracção de crude pesado.
Situada a Sudeste da Venezuela, a Faixa Petrolífera do Orinoco é a área, onde, segundo as autoridades venezuelanas, estão as maiores reservas petrolíferas e gasíferas do mundo, dividida em blocos que estão a ser explorados ou em vias de exploração por diversos países, entre eles a China e, proximamente, a portuguesa GALP Energia.
A Exxon Mobil considerou que a confiscação era "ilegal" e reccorreu a tribunais britânicos e holandeses que ordenaram o congelamento preventivo até 12 mil milhões de dólares (8.275 milhões de euros) dos activos da PDVSA na Holanda e nas Antilhas Holandesas (Caraíbas).
Também o Tribunal Federal de Manhattan, EUA, ordenou que fossem congelados os fundos por 300 milhões de dólares (207 milhões de euros) porque a Exxon Mobil argumentou que tinha poucas possibilidades de recuperar os investimentos que passaram para as mãos da PDVSA.
O presidente venezuelano Hugo Chávez ameaçou, recentemente, que suspenderia o envio de petróleo para os EUA, na sequência do conflito com a Exoon Mobil, empresa que as autoridades de Caracas acusam de estar por trás de um plano desestabilizador contra o actual governo.