Grupo Mello diz que resultado do Amadora-Sintra é “impossível” na gestão pública

A José de Mello Saúde fez hoje um balanço da gestão privada do Amadora-Sintra entre 2004-2007, sendo já conhecido que a partir de Janeiro de 2009 esta unidade terá o estatuto de Entidade Pública Empresarial (EPE). Salvador de Mello foi mais uma vez crítico em relação à opção do Governo. "Acho que o Estado não teve com certeza em conta os benefícios à população na decisão que tomou", disse.

O responsável da José de Mello Saúde afirmou ainda que "é evidente e objectivo que o Amadora-Sintra trouxe ao Estado e ao País enormes benefícios", não só do ponto de vista económico mas também ao nível assistencial.

O grupo informou que entre 2004 e 2007 a actividade geral do Amadora-Sintra cresceu 17%, embora para o período o Estado tenha previsto um crescimento anual de 1%. Para esses mesmos quatro anos o Estado tinha reservado uma verba de 475 milhões de euros para as despesas do hospital, valor que, segundo a entidade gestora, apenas foi ultrapassado em 1,3%.

A entidade gestora do Amadora-Sintra tem há anos divergências com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, devido a diferentes contabilizações dos serviços prestados, que têm atrasado os acertos de contas daquela unidade hospitalar. Até agora só estão fechadas em definitivo as contas até 2003.

As duas partes estão a seguir a resolução consensual do conflito e Salvador de Mello assegurou que é por essa via e não pelos tribunais que pretende seguir. Desta forma, o responsável da José de Mello Saúde desmentiu a notícia ontem avançada pelo Diário Económico com o título "Mello ameaça Governo com tribunal". "Nós não ameaçamos nem ameaçámos ninguém. Continuamos totalmente empenhados numa solução amigável", disse hoje Salvador de Mello, após o balanço da gestão privada do Amadora-Sintra.